sábado, 25 de dezembro de 2010

Mudanças nas Mídias Impressas e On Line

Este ano que termina será lembrado - nos compêndios de estudos de modelos de negócios nas mídias- como o ponto de inflexão dos investimentos publicitários.

Apresentamos no livro MÍDIAS e NEGÓCIOS a hipótese central que uma nova plataforma não destrói a antiga, apenas a reposiciona. Este reposicionamento é feito de forma primária pelo usuário e secundária pelo anunciante.
O anunciante sempre busca racionalidade na sua política de investimentos. Ele é a maior evidência (e o juiz de fato) das mudanças em mídia.
Afinal é ele quem paga a conta.
Movimentos no fluxo de dinheiro são apenas reflexo da eficiência das plataformas. Levantamento recente mostra mudança no direcionamento desses fluxos.
A empresa de pesquisa eMARKETER mostra que em 2010 os investimentos em mídia impressa -US$ 25,7 bilhões - foram superados em pequena vantagem pelos investimentos em publicidade on line - US$ 25,8 bilhões.
Parece pouco. Não é. O primeiro jornal americano tem mais de 200 anos, os anúncios on line têm menos de 20 anos.
Paradoxalmente a audiência total para jornais cresceu no período.
Ocorre que poucos computam o efeito DISPERSÃO DA AUDIÊNCIA: várias plataformas sendo acessadas com pouco profundidade em cada uma. Isso reduz a eficiência de TODAS as mídias, sem distinção.
Exemplo típico é a pesquisa da Forrester Research de nov-2010 mostrando que o americano gasta mais tempo on line do que assistindo TV. (o mesmo ocorre no Brasil, basta conversar com nossos alunos universitários).
Se todas as mídias perdem eficiência, qual razão há migração para on line?
Como nessa mídia há a possibilidade de interação e há uma busca ativa do usuário por assuntos de seu interesse, há maior probabilidade de uma ação promocional ser mais efetiva.
No Brasil ainda não há movimento na mesma intensidade (embora a direção seja a mesma) devida ao AUTOENGANO na relação Anunciante-Agência-veículo:
1) Um executivo anunciante preguiçoso, não irá mover a verba - que no passado foi um sucesso em determinado meio - para outro;
2) A agência não irá direcionar esforços para WEB onde é necessário muito trabalho e conhecimento. Sabemos que esforços on line são efetivos quando feito na base "one-to-one" e isso é trabalhoso e exige inovação em cada campanha;
3) O veículo ainda fomenta determinadas plataformas através do famigerado B.V. Ainda envolto em um manto de segredo e mistério. O assunto é tão tabu que muitos alunos de administração se formam sem saber de sua existência.

As evidências mostram que isso vai mudar.É só acompanhar os fatos que pouco a pouco vem a público.

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
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Autor: Mídias e Negócios e QUE CRISE É ESSA?

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O FIM DO CARTÃO DE VISITAS

Alguém lembra da época que se dobrava a pontinha do cartão de visitas antes de entregá-lo ao cliente ou ao colega de trabalho?

Virou algo tão fora de moda que alguns nem se lembram o motivo para fazer esta dobra: era para facilitar a localização no porta cartões. A "dobrinha" diferenciava o "seu" cartão dos demais.
TÍPICO DE SOLUÇÕES ANALÓGICAS -> Diferencial físico na informação.

Agora acabo de descobrir um Cartão de visitas virtual. Modismo passageiro? Pode ser. Pouco prático? talvez. Mas vamos investir um tempo para analisar as funcionalidades oferecidas.
Num único endereço na web você pode:
1)Compilar seu currículo;
2) Criar um portfólio de suas realizações;
3) Manter os contatos de todas as suas redes sociais.

Esse conceito foi criado por uma empresa-> a IdentyMe.
Rompe com o mundo analógico pois permite organizar e integrar sua presença nas redes sociais com sua vida profissional.
Em parte esse serviço tem sido oferecido (há pelo menos 5 anos) pelo LINKEDIN.
A novidadede é integrar um conceito que normalmente é ignorado por um pretendente a um cargo numa grande empresa: sua vida nas redes sociais. Engana-se aquele que pensa que sua vida na rede social não é avaliada. Ingenuidade do mundo analógico. As empresas sabem que parte importante de sua história está nas redes sociais e elas investigam isso.
A grande contribuição do IdentyMe é alertar o profissional: sua vida nas redes sociais também é importante. E aqui não cabe juízo de valor se isso é bom ou ruim, o processo é irreversível.
Quem tiver curiosidade em conhecer o conceito, visite -> http://identyme.com/

Boa sorte em sua próxima entrevista de emprego.


Prof Ramiro Gonçalez - FIA
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Autor: Mídias e Negócios e QUE CRISE É ESSA?

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

QUANTO VALE O TWITTER?

Picocam informações sobre o valor do TWITTER. Pipocam também dúvidas sobre seu modelo de negócios.

O paradoxo atual: as novas mídias roubam audiência das velhas, mas não geram receita na mesma proporção. É um jogo de soma negativa. Exceção justa ao GOOGLE que encontrou sua fórmula para geração de caixa sustentável. Ao contrário, o TWITTER continua sendo uma caixa-preta!
O serviço de microblog Twitter que possui 175 milhões de usuários e foi avaliado por US$ 3,7 bilhões por investidores americanos, não abre ao público como faz receitas.
Como tudo que ronda o Modelo de Negócios das mega-empresas da nova mídias os dados são vagos, imprecisos e sem um racional de cálculo.

Baseado em que o TWITTER vale isso? Quais são suas fontes de receitas?

O que mais me intriga é que os gestores do twitter informaram no início do ano que focariam "todos os esforços" para transformar a publicação das mensagens em geradora de receitas.
Chama a atenção também que por US$ 3,7 bilhões você poderia comprar o "New York Times" ou o "Washington Post" . Tudo bem que estes veículos tradicionais estão em crise com queda de anunciantes e assinantes. Mas seu modelo de negócios é claro. Todo mundo sabe as fontes principais de receitas. Não é o caso do TWITTER.

Sabemos claramente seus centros de custos: 350 funcionários (com alta qualificação-> engenheiros de softwares, matemáticos programadores) e 12 servidores. Até o momento não se tem ideia de sua fonte de receitas. Os tweets promocionais lançados no início de 2010, parecem não ter tido boa aceitação (o silêncio sobre o assunto pode comprovar a tese).
O mercado de “REDES SOCIAIS” está tão aquecido quanto o mercado imobiliário brasileiro. Todo mundo quer uma rede social ou uma casa...
Há o Facebook (com o excelente filme sobre sua história -> em cartaz), o Zynga, o Farmville. O Facebook acaba de ser avaliado em mais de US$ 45 bilhões. Nada mal para uma empresa surgida de um fora levado pelo fundador em 2003.
Diferentemente do TWITTER, o FACEBOOK já mostrou ao mundo sua fontes de receita (anúncios e buscas especiais). E o TWITTER quando irá mostrar?

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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

INFORMAÇÕES HIERARQUIZADAS? --------------------------------- DESCONSTRUINDO ESSE MODELO

Talvez a melhor maneira de entender o conflito entre as organizações/estruturas EM REDE X HIERARQUIZADAS é mostrar o antes e o depois da rede.

Assistam pelo menos 2 vezes. Motivo?
Na primeira para se surpreender
A segunda para interpretar.

Os conceitos "hierarquia" e "rede" são demonstrados de forma simples e objetiva.



Sistemas de Informação de Marketing hierarquizados ou em Rede?
........... Jornalismo hierarquizado ou em Rede?
Gestão da Informação hierarquizada ou em Rede?

THERE IS NO TOP ON W.W.W

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TVs ABERTAs X TVs FECHADAs: Quem perde, quem ganha

Está na câmara dos deputados a proposta para que as TELES passem a ter o direito de comercializar e fazer a distribuição de conteúdo para TV PAGA.
Há vários interesses em jogo pois os atores são empresas de TV paga, telefonia, produção de conteúdo e radiodifusão.

Essa disputa silenciosa vem ocorrendo desde 2007 entre as empresas de telecomunicações e os veículos tradicionais de produção televisiva sobre o destino do mercado de TV PAGA.
O PL 29, como é conhecida a nova lei, possibilita anúncios publicitários na TV PAGA nos mesmos moldes da TV ABERTA.
Típica disputa “rouba monte”. Na realidade os veículos tradicionais temem a migração de verbas publicitários para a TV PAGA, fragilizando ainda mais o seu modelo de negócios.
As TVS ABERTAS brigam para que as TVs PAGAS tenham receitas apenas vinculadas a venda de assinaturas. Não deixe de ser uma ironia, pois somos obrigados a ver intermináveis intervalos nas atuais TV PAGAS (em outras palavras: somos assinantes e mesmo assim "ganhamos os intervalos comerciais”)

Do ponto de vista estritamente técnico faz sentido haver outros canais de distribuição para conteúdo eletrônico televisivo. Com a evolução e a convergência das mídias não faz mais sentido em se falar em plataformas estanques, pois todas elas se integram.
Afinal TV DIGITAL, tv a cabo, tv aberta, tv por telefone nada disso interessa a audiência. Para ela o que importa é a conveniência em poder assistir o que, quando e onde quiser.

Mas há várias outras dimensões que precisam ser analisadas. As Teles são capital multinacional e a lei proíbe sócios majoritários estrangeiros na distribuição e produção de conteúdo para TVs.
Outro ponto a se analisar é a pulverização da produção de conteúdo, com a possível perda na qualidade.
Abrir simplesmente este canal de distribuição às TELES é uma decisão preguiçosa. O ideal era haver um estudo sobre as Mídias e como suas Plataformas irão se complementar.

Evidente que não há uma solução fácil para a questão, mas a convergência é irreversível.


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Autor: Mídias e Negócios e QUE CRISE É ESSA?

sábado, 11 de dezembro de 2010

P&G DESAFIA A TV ABERTA

P&G Americana migra estratégia
para as Redes Sociais.
Aprendi a admirar a P&G quando trabalhei no final da década de 80 na sua maior rival: UNILEVER. Minha primeira impressão é que os diretores da UNILEVER exageravam a importância e a força da P&G.
Estava enganado. A P&G inventou o conceito de Gerente de Produto na década de 30!
Agoro vejo a notícia na MASHABLE – BUSINESS que a P&G muda sua estratégia (em 77 anos) como um importante patrocinador e produtor de novelas - gênero que a empresa ajudou a criar - em favor de produzir mais campanhas usando a mídia social.
Decidiram isso após realizar estudos que indicam que é “mais eficiente” trabalhar campanhas nas Mídias Sociais do que investir em patrocínio de novelas. (ex: campanha e promoção do SPICE no YOUTUBE)
A mídia digital tornou-se " integrada com a forma como atuamos, tornou-se parte da nossa maneira de fazer marketing", disse o chefe de marketing Marc Pritchard à Associated Press. "É das mais antigas formas de marketing – a propaganda boca a boca. – junto a mais nova tecnologia"
A empresa é um anunciante importante, pois gasta quase US $ 9 bilhões por ano para fazer propaganda de seus produtos. A empresa estudou, durante todo o ano 2010, estratégias de mídia social em plataformas como o Twitter, Facebook e YouTube.
Parece que perceberam o óbvio: está cada vez mais difícil gerar impacto no consumidor usando plataformas tradicionais.
Todos aqueles que estudam eficácia das mídias, começam a perceber o mesmo: a dispersão da audiência durante os intervalos comerciais. Os efeitos Zapping, Surfing e Afastamento impedem a retenção da atenção do consumidor. Ou seja, a perda da eficiência da TV aberta faz crescer a importância da Web.
Este assunto é TABU no Brasil. Poucos têm vontade em debater o assunto, uma vez que os interesses de agências e veículos podem ser contrariados.
Utilizamos velhas métricas como GRP e TARP para decidir investimento. É puro AUTOENGANO. E muita preguiça de executivo de Anunciante, pois na dúvida é melhor fazer o tradicional PLANO DE MÍDIA dos anos 80-90.
Os ventos da eficiência econômica e sua racionalidade aos poucos vão chegando ao mercado. Que o diga a P&G AMERICANA.
Prof Ramiro Gonçalez - FIA
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Autor: Mídias e Negócios e QUE CRISE É ESSA?

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O PARADOXO DO WIKILEAKS CRIA IMPASSE NO JORNALISMO

Em julho deste ano escrevi sobre os possíveis impactos que o WIKILEAKS poderia gerar na forma como o conteúdo jornalístico é criado.
Era parte de uma análise para o livro "MÍDIAS E NEGÓCIOS", onde estudava as formas de geração de conteúdo colaborativo e sua remuneração.
Nem em sonho poderia imaginar que o impacto do WIKILEAKS atingisse este patamar no final de 2010!
Sem juízo de valor sobre o processo de obtenção dos conteúdos pelo WIKILEAKS, é inegável o impacto nas formas de obtenção de informação primária relevante.
O conselho editorial da TIME já decidiu dar o título de personalidade do ano a JULIEN ASSENGE.
Os sistemas hierárquicos - baseados em doutrinas de cadeia e comando - foram abalados com algo que se transforma organicamente e é rizomático (Recomendo a leitura sobre o conceito de rizoma)

Já mostramos no livro MÍDIAS E NEGÓCIOS que o comportamento em rede é antagônico ao comportamento hierárquico.
Empresas, organizações e escolas que trabalham baseados unicamente na lógica COMANDO-CONTROLE não conseguem entender a dimensão do fenômeno WIKILEAKS. Ao não ter a compreensão do que é o WIKILEAKS, tentam destruí-lo com medidas de força, o que só aumenta seu poder (a rede se fortalece quando atacada).

Prender o Julien Assenge é querer acabar com uma rede destruindo um de seus Nodos. A rede encontra outro caminho...
Novamente usam conceitos hierárquicos para impedir uma ação em rede. Não entenderam nada
.
Cabeças do século 19 tentando direcionar jovens do séc. 21. Não dá liga.
Vejam a reação de lugares mais inusitados no vídeo abaixo (em chinês e legendas em inglês --> admirável mundo em rede)


De qualquer forma várias questões estão no ar:

1) Como seria um WIKILEAKS brasileiro recebido pela mídia?
2) Como um jornalista deve analisar a informação liberada?
3) Analisar o WikiLeaks do ponto de vista da dinâmica das redes sociais e da sua interação com as organizações hierárquicas. É um fenômeno novo e exige outra abordagem?;
4) Quais condições permitiram que WikiLeaks - um pequeno grupo de amadores, colocar de joelhos sistemas de poder em todo o mundo?
5) O WikiLeaks é centralizado?
6) Por qual razão o WIKILEAKS priorizou seu relacionamento com a mídia tradicional? (É paradoxal: um fenômeno digital fazer sua divulgação em sistemas tradicionais?)
7) O que explica a enorme solidariedade que WikiLeaks despertou no mundo?

Ainda estou tentando entender a dimensão do que é o WIKILEAKS.
Continuo estudando, aprendendo e criando hipóteses sobre o tema.
Afinal um dos conceitos do comportamento em Rede é não ter certezas e SIM dúvidas que a própria rede pode responder.

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
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Autor: Mídias e Negócios e QUE CRISE É ESSA?

domingo, 5 de dezembro de 2010

DEBATE : AUDITORIA DE MARKETING E CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO

Faremos na FIA USP - Campus Vila Olímpia - Debate sobre AUDITORIA DE MARKETING E CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO com os palestrantes e debatedores:

Antônio Almeida - Diretor de Canais do HSBC para América Latina
Romeu Rossler - Presidente da DATAMÍDIA


Local: FIA - Rua do Rocio, 109- CEP 04552-000 - Vila Olímpia - São Paulo
Data: 8 dezembro 2010
Horário: 19:00 - 21:00 h

EVENTO GRATUITO E DIRECIONADO AOS ALUNOS DO MBA - MESTRADO FIA/ FEA USP
Vagas limitadas (capacidade 20 lugares)

Tenho ingressos para os participantes do Blog. Escrevam para ramirogoncalez@gmail.com

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Monetizar a rede social ?

Minhas PESQUISAS na FIA USP sempre rendem frutos. Foi assim com o livro “Mídias e Negócios” e agora com o livro “Monetizar a rede social?“.
A premissa inicial do livro é baseada na “ procura pelos grandes distribuidores da informação por formas de gerar receitas para produtores de conteúdo” e acreditamos que será a tônica dos próximos anos. A recente notícia, sobre o acordo feito pelo YOUTUBE na França para remunerar os produtores de vídeo, dá pistas do caminho escolhido.

A Busca por receitas no mundo on line

A forma inicial de buscar receitas através de anúncios parece não ter sido eficiente. A conclusão de quem estuda modelos de negócios para as redes é que monetizar a rede será feito através da enorme riqueza de dados que as redes sociais podem acessar.
É onde está o dinheiro (o que provavelmente irá deixar os defensores da privacidade muito insatisfeitos). Esse conflito de interesses estaria resolvido se o usuário pagasse pelo acesso as redes sociais. Mas todas as pesquisadas realizadas mostram que esta possibilidade não existe (como foi gratuito desde o início, passar a cobrar gera enorme rejeição). Mais do que uma rejeição “ser gratuito parece ser um dogma nas redes sociais”. Portanto usuário deverá (já o faz) abrir mão de parte de sua privacidade para garantir acesso gratuito as redes sociais.

Eu defendo inclusive que em blogs jornalísticos com altíssimo índide de comentários (i.e. blogs de política e de esportes) deveriam ser pagos. O PORTAL EXAME de certa forma já faz isso ao permitir que comentários sejam feitos apenas por assinantes. Você pode ler a matéria jornalística, mas interagir com o autor nos comentários apenas para assinantes.

A Moeda real da Rede -> DADOS DE COMPORTAMENTO

Twitter, Google e facebook juntos já caminham para obter receitas através da venda de “dados, informações, estudos e análises do comportamento” de seus usuários. Estes conjuntos de dados são a NOVA MOEDA.
Do ponto de vista do negócio é uma mera adaptação de seu modelo de receitas ajustado para vender informação gerada na rede social. Não será um caminho fácil.
Todos nós acompanhamos com freqüência como importantes dados para a mídia social foram tornados públicos e os problemas gerados principalmente pelo Facebook . Este causou agitação no início do ano quando permitiu que os usuários fizessem download de seus dados.

O que nós pesquisadores ainda não sabemos são as implicações de longo prazo de uma empresa como Facebook possuir a quantidade de dados que eles têm. Modelos matemáticos como equações estruturadas, data mining, análises de clustters e outros podem abrir novos usos (e fonte de receitas) para o FACEBOOK.
É uma questão difícil. Eu acredito na liberdade de informação. É o que fez a web ser tão grande . Parece também ser um direito básico: acesso à informação (e à internet facilitou isso como nunca antes). Mas a partir do momento que as grandes organizações detiverem o poder sobre as análises de conjunto de dados de usuários COM FINS COMERCIAIS pode haver conflito.

Proponho alguns axiomas simples para organizar esse mercado de informações na REDE:
1) Ao disponibilizar dados e análises de clientes a venda, a responsabilidade pelo mau uso dessas informações deve ser das organizações que fornecem esses dados.
2) Acesso as análises de seus próprios dados deve ser um dado. Fornecido sem custo ao usuário;
3) As receitas das organizações em rede podem ser parcialmente obtida com venda de dados dos comportamentos dos usuários, desde que não interfira na navegação;


Essas regras básicas abririam caminho para a possibilidade de monetizar a rede. Os axiomas ainda precisam ser melhor estruturados, mas esse parece ser o caminho.

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
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Autor: Mídias e Negócios e QUE CRISE É ESSA?

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Finalmente o TWITTER apresenta um concorrente para a PESQUISA QUALITATIVA

Acompanhamos com interesse as tentativas o Twitter em transformar sua enorme audiência em receitas.
No final do ano pasado o Twitter inventou o “tweet patrocinado”. Dados recentes mostram que o resultado dessa ação não empolgou. A questão permanece: Como tirar proveito da enorme comunidade que criou?
Muitas vezes a resposta é mais simples que parece. O Twitter percebeu que a análise dos dados dos usuários de seus serviços é o grande patrimônio que possui.
Através de uma parceria com a empresa GNIP (Visitem http://gnip.com/ “We deliver your online conversation data efficiently and reliably”.) ele passou a fornecer dados on line do comportamento dos clientes aos anunciantes. Aparentemente nada de novo. Monitoramente de redes sociais já é feito de no Brasil de forma pioneira ( E-LIFE).

UM CONCORRENTE DA PESQUISA QUALITATIVA
A GNIP parece ter como pano de fundo a estratégia de concorrer com a pesquisa qualitativa. Ao invés dos “focus group” e das “entrevistas em profundidade”- onde existem sérias restrições metodológicas (sempre houve o viés daquele que faz a mediação e interpreta os comportamentos dos pesquisados)- pegar o comportamento espontâneo do usuário da marca através de seus posts no Twitter.
Quem é usuário do twitter sabe que ele é uma medição interessante para ver “comportamentos por impulso”, “passionais” e “emocionais”. Quantos já não se arrependeram de um tweet 5 minutos de tê-lo enviado?
E é justamente esta característica do Twitter em eliminar a barreira racional dos comportamentos que interessa as empresas.
Absolutamente não se trata de desvalorizar a pesquisa Qualitativa, mas reconhecer que podem existir ferramentas complementares ou mais eficientes.
Durante muito tempo a pesquisa qualitativa reinou absoluta em muitas áreas - desenvolvimento de produto, inovação, análise de comunicação - parece que agora tem uma ferramenta para disputar essa liderança isolada.

Ficou interessado nesse serviço do Twitter?
A próxima pergunta seria: Quanto custa? As informações disponíveis no site do GNIP mostram que você pode ter acesso a 5% dos tweets de sua marca/empresa por R$ 60.000/ ano. Amostragem é um conceito que não envelhece. Sua empresa pode definir o target e os modelos de amostragem definem
o melhor grupo para ser monitorado.
Existem evidentes conflitos de interesse. O usuário vai ficar feliz ao saber que seus tweets estão sendo comercializados? Provavelmente não. Mas a ação é legal : quando o usuário aceita o Termo de Uso ele concorda com as regras.
A Microsoft e o Yahoo já compraram o pacote mais arrojado: US$ 360.000/ano para ter acesso a 50% dos tweets. Em tese, o serviço está a disponível para qualquer um
Interessante observar que o Twitter reserva o acesso a 100% para si próprio.

Parece ser uma interessante fonte de receitas. Ou vai se juntar ao GOOGLE? Vamos acompanhar.

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
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Autor: Mídias e Negócios e QUE CRISE É ESSA?

terça-feira, 23 de novembro de 2010

GOOGLE PREOCUPADO COM GERAÇÃO DE CONTEÚDO?

Blog MODOMÍDIA de Lanna Morais traz uma interessante informação: Google apresentou em julho para a Federal Trade Commission ideias para formatar um novo plano de negócios para os jornais.
GOOGLE virou mecenas do jornalismo? Acredito que NÃO.
Minha análise é que o GOOGLE percebeu que ao minar o modelo de negócios de quem produz conteúdo, (dados primários) como jornalistas e pesquisadores, ele pode estar dando um tiro no pé.
Remunerar bem quem produz conteúdo de qualidade é condição necessária para que haja conteúdo QUE NECESSITE DE BUSCA.

O GOOGLE entendeu que no modelo de negócios no qual decidiu atuar ele ORGANIZA, mas NÃO CRIA Conteúdo.

Destruir receitas de jornalismo, destrói conteúdo e ao final pode destruir modelo de negócios do próprio GOOGLE.
O documento apresentado ao Federal Trade Commission pode ter tido 2 motivações:
i) Caráter defensivo: proteger-se de ações por concorrência desleal;
ii) Estratégia de negócios: Fomentar a produção de conteúdo primário.

Destruir a fonte de conteúdo pode como consequência destruir o modelo de busca.

De qualquer forma ainda não foi descoberta a receita para combater o paradoxo: o on line rouba audiência do off line, mas não gera receitas na mesma proporção.

Quem tiver interesse em ver o documento na íntegra visite o Blog Modomídia : http://migre.me/2rftV

Vamos continuar debatendo o assunto.

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
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Autor: Mídias e NegóciosNo livro MÍDIAS E NEGÓCIOS

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

TWITTER SOFRE ASSÉDIO DO GOOGLE

Era inevitável. O Google não iria resistir a enorme audiência que o TWITTER tomou ao mercado.E o TWITTER precisa do dinheiro do GOOGLE

No livro MÍDIAS E NEGÓCIOS (Abril 2009) já abordávamos que o futuro do TWITTER estava atrelado ao do GOOGLE.
Motivo? ---> Modelo de negócios.
O GOOGLE domina a perfeição modelos matemáticos complexos que fazem as ofertas dos anunciantes chegarem aos consumidores com maior propensão para adquiri-las.
Uma simples análise de modelo de negócios traz sinergias para ambos, vejamos:

O Twitter precisa do GOOGLE :
1)Para desenvolver sistemas de C.R.M. que tragam o binômio melhor "oferta-cliente adequado". Desenvolvimentos próprios são muito caros e demorados;
2) Sua fórmula de receitas de vendas ainda não está consolidada. Desde 2006 o TWITTER busca fórmulas para trazer receitas perenes ao negócio;
3) Os tweets promocionais ainda não vingaram: Fizemos pesquisa e os usuários doTWITTER não tolerariam pagar pelo serviço, mas admitiam o uso moderado de propaganda na ferramenta .

O GOOGLE precisa do TWITTER:
1) O TWITTER é o IPOD das redes sociais, simples, prático e fácil de usar;
2) O TWITTER é um território que rouba tempo de navegação no GOOGLE;
3) E o mais importante: o TWITTER se transformou também em ferramenta de busca.

Agora temos a notícia que Evan Williams, co-fundador do Twitter, que a empresa pretende realizar uma captação de recursos.
Evidente. Sem modelo de negócios, não adianta ser sucesso de público. Alguém precisa pagar a conta.
Uma nota na revista INFO EXAME diz:
"Williams, palestrando na conferência Web 2.0, afirmou que os esforços iniciais da empresa para gerar receita publicitária superaram expectativas, mas ele evitou dar detalhes".

Ué? Qual razão do mistério? Porque não mostrar os números? As campanhas de sucesso dos anunciantes?

Quem estuda modelo de negócios sabe a respostas: As plataformas on line são um sucesso de audiência, mas não se mostraram viáveis no longo prazo para trazer receitas. Exceção a regra: GOOGLE.

O que não significa que o TWITTER não é viável. O que precisa ser feito é encontrar formas criativas de ter receitas (o que o GOOGLE já domina)

Meu prognóstico está no livro MÍDIAS e NEGÓCIOS: O TWITTER e O GOOGLE VÃO SE UNIR.

A conferir. (podem cobrar -> até 2014 essa fusão é inevitável)

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
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Autor: Mídias e Negócios

terça-feira, 16 de novembro de 2010

GOOGLE: SATISFAÇÃO NO TRABALHO OU SALÁRIO?

Colocado do jeito que está a frase título deste Post pode dar impressão que as opções são mutuamente excludentes. Não são. Já é senso comum que não há essa decisão maniqueísta. É possível ter ambos os vetores num ambiente de trabalho profissional.

Chama atenção, entretanto, a decisão do Google em aumentar significativamente os salários de seus funcionários (colaboradores no glossário Google).

O Google tem sido uma das empresas mais atraentes (e charmosas) para se trabalhar. Havia até um glamour rebelde em fazer parte da empresa. O tempo passa e as empresas se comportam como as famílias (todas são diferentes nas suas riquezas, mas todas são iguais nas suas pobrezas).

Ocorre que o GOOGLE tem perdido colaboradores de destaque. Um caso sintomático foi o de Omar Hamoui -criador do AdMob - que decidiu buscar "outros desafios". E não foi só ele. Lars Rasmussen que todos conhecessem como desenvolvedor do Google Maps também buscou "desafios novos".
Os eventos mostram que não existe milagre na administração de pessoas e nem o GOOGLE havia descoberto o NIRVANA EMPRESARIAL. Uma pena, pois os valores que o GOOGLE mostrou ao mundo eram excelentes (como por sinal os do Socialismo também eram... e deu no que deu...).
Quando uma empresa do porte e importância do GOOGLE dá um aumento linear de 10% em todas as funções da empresa, mostra que a famosa teoria da cenoura ainda funciona...

O GOOGLE também concedeu generosos aumentos de 30% a seus TOP executivos (SIM,como em qualquer empresa hierárquica do século 20, o "top management" é tratado de forma diferenciada).
Eles também terão um aumento em seus bônus, que saltarão de 150% dos salários para 250% (fonte: IDGNOW).
As ações tomadas pelo GOOGLE colocam em cheque o discurso de que o ambiente de trabalho viria a frente da remuneração?
Fico na dúvida se a imagem do GOOGLE como uma empresa em REDE, com gestão do século 21, fica prejudicada.
Seria preciso utilizar técnicas de incentivo como essas? Havia outra alternativa?
Com a palavra nossos Gurus que analisam as gerações "Y", "Z" e "ctrl - z".

Prof Ramiro Gonçalez - FIA

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domingo, 31 de outubro de 2010

TV PAGA CRESCE -> MAIS UMA VARIÁVEL NOS PLANOS DE MÍDIA

Acaba de sair um relatório da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações)com novos dados sobre a TV Paga no Brasil.

Impressiona o crescimento: o Brasil atingiu em setembro a marca de 9.073.817 domicílios com TV por assinatura. Lembro que em 2006 era 4,5 milhões de domicílios. Praticamente dobrou o número de lares que contam com TV paga no Brasil.
A TV paga sempre foi considerada uma plataforma de suporte devido a grande quantidade de canais ( mais de 80) e a baixa audiência. Parece que o problema de audiência foi resolvido: se multiplicarmos por 3,3 (número médio de habitantes por domicílio) teremos uma audiência superior a 29.7 milhoes (maior que a audiência em TV Aberta na Argentina).
A penetração em lares com TV PAGA passou de 8% em 2006 para 15% em 2010. A TV paga já não pode ser considerada apenas suporte.
Planejadores de Mídia que utilizavam TV PAGA de forma subjacente nas definições de suas estratégias precisam repensar seus conceitos. Marcas que habitualmente trabalham em nichos precisam ver pesquisas com detalhes dos nichos que utilizam os diversos canais da TV PAGA - DISCOVERY, NAT GEO E filmes. Com certeza haverá uma maior disputa entre os canais de informações -> GLOBO NEWS, BAND NEWS, RECORD NEWS.

Há um dado interessante a TV paga cresce nas regiões mais distantes dos núcleos emissores.
As regiões Norte e Nordeste são as que apresentam maior crescimento no número de assinantes. Em Roraima, o número de usuários de TV paga dobrou em 2010.
Isso é explicado pela busca de sortimento de entretenimento nessas regiões, como também pela dificuldade em se ter boa recepção do sinal da TV aberta.
As operadoras via satélite (tecnologia conhecida como DTH, de direct to home) aumentaram seus assinantes em 42% de janeiro a setembro de 2010 e já representam 43% do mercado, contra 37% no ano passado.

Cada vez mais fazer um plano de mídia deixa de ter uma solução TRIVIAL.
Bom para todos.

Prof Ramiro Gonçalez - FIA

Inteligência de mercado e mídia
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ramirogon@uol.com.br
Autor: Mídias e Negócios

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Conhecimento em REDE é mais do que WEB

Tenho estudado e visitado vários blogs de veículos de grande audiência para avaliar se realmente praticam a ideia do conhecimento em rede ou inteligência colaborativa.

Vejam alguns resultados:
1) Amostra: 53 blogs de FSP (8), ESTADÃO (6), GLOBO (8); EXAME (9); GAZETA DO POVO (2); VEJA (7);
EPOCA(5); EPOCANEGOCIOS (2); OUTROS (6);

2) Período : De janeiro 2009 a setembro 2010;

3) Apenas 2 Blogs interagem* com seus leitores.

*Nota: "interagir" no estudo tem a definição : responder aos comentários postados, utilizar comentários postados para gerar conteúdo em novos posts, permitir que os usuários debatam o tema entre eles utilizando o espaço de comentários.

É incrível como a força da comunicação unidirecional ainda impera nas organizações de mídia. Por mais que haja uma evidente revolução tecnológica no uso das novas plataformas os gestores de conteúdo das mídias ainda resistem a entender que é preciso dialogar com a audiência. Muitos jornalistas tratam o Blog como uma Coluna. Sem interação o Blog vira realmente uma Coluna.
Mas não é esse o espírito em rede que o BLOG cria.

Isso não é feito por vários fatores:
1) Capacidade operacional: os volumes podem ser imensos e inviáveis para interatividade (especialmente em áreas como Política e Esporte). Uma das soluções é cobrar por comentários em blogs com muito acesso;

2) Soberba: muitos gestores do conteúdo ainda entendem que seu papel é levar a notícia. Ainda não perceberam que isso está mudando. O próprio leitor pode trazer dados novos ao fato ocorrido. A notícia é única, mas sua interpretação não. Os leitores querem saber o que outros pensam da notícia e deixar sua própria interpretação;

3) Conhecimento: Há uma falta de entendimento da dinâmica da interação. Como interagir? O que posso publicar? O comentário afeta o conteúdo da notícia?

Um dos BLOGS que fogem a regra e deveria servir de inspiração é o NOVO EM FOLHA da FSP.
Alguns motivos:
a) é um blog de treinamento: para treinar é preciso interagir;
b) aceita riscos: gerar conteúdo a partir dos comentaristas é aceitar alguns riscos em relação aos conceitos do jornalismo tradicional. Mas aceitar o diálogo é parte do jogo;
c) humildade: receber e acatar sugestões. Isso não muda a linha ética do blog, mas apenas permite a pluralidade de opiniões.

Repare que em nenhum momento falamos em barreiras tecnológicas, as barreiras são compotamentais.
Um erro é sair correndo para implantar novas plataformas enquanto o uso ainda é norteado por procedimentos antigos.

Exercitar o poder dialógico da rede é um dos caminhos para aceitar a nova mídia.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

TV ABERTA, REVISTAS, WEB e INTERNET: GLOBO e ABRIL se preparam para o futuro

Mês passado a revista WIRED publicou um artigo com o título “A web está morta. Longa vida para a internet”. Dois autores consagrados de livros – Cris Anderson e Michael Wolff fizeram a provocação.

Apesar do título sensacionalista, o texto dá o que o pensar. Primeiro ao apresentar uma diferença semântica entre WEB e Internet.
Segundo os autores a WEB é domínio das soluções de busca e a Internet é o domínio da distribuição da informação. Claro que é preciso ser muito rigoroso conceitualmente para admitir essa distinção entre Web e Internet.

Mas vamos considerar que exista essa diferença entre a WEB e a Internet, quais seriam as implicações futuras?
Segundo Anderson e Wolff essa anarquia e democracia existente na Web tem um fim próximo devido a uma única razão: não traz ROI. O bom e velho retorno sobre investimento. Sempre temos que achar quem paga a conta....
Como largamente debatido no livro “Mídias e Negócios” o futuro das plataformas está atrelada aos modelos de negócios que as financiam.
A constatação dos autores não é nenhuma novidade. O que parece ser uma leitura inteligente deles é que o mercado irá buscar soluções de modelos de negócios na distribuição da informação (que eles chamam de Internet).
O exemplo lapidar deles é o FACEBOOK. Esta ferramenta dissocia seus usuários da WEB. Ele os captura e os mantém o máximo possível dentro de seus domínios.
É uma idéia polêmica, mas interessante.
Criar territórios e manter os usuários o máximo possível dentro deles.
Isso já é feito a exaustão pelas mídias tradicionais. As TVs abertas já fazem isso ao vender patrocínio, por exemplo, do BBB.

Estes territórios também não são suficientes, as TVs Abertas precisam novos territórios para evitar a dispersão de audiência. Provavelmente pensando nisso a Rede Globo que criou a BUS TV com conteúdo de entretenimento e jornalismo.
A tecnologia digital permite que o passageiro de ônibus assista a programação em real time. Isso também será levado as companhias aéreas, sendo que já existe uma negociação REDE GLOBO com a TAM. E não é só a Globo.

O Grupo ABRIL –o mais importante do Brasil em revistas anunciou - em outubro 2010 -que adquiriu o controle de 70% da Elemídia. Mas quem é? O que faz a Elemídia?

A Elemídia é importante ator num setor que cresce 8% ao ano no Brasil: a mídia digital out of home.
Ao entrar no elevador de num grande edifício e assistir notícias e vídeos em um monitor você estará sendo atingido pela mídia OOH.
Neste sentido o Grupo Abril deu mais um passo na integração das mídias. Conteúdo das revistas num elevador, num outro formato.
E não ficou só nisso: a Abril disponibilizou o conteúdo de VEJA para iPad em 4 de setembro último.
Basta fazer o download da VEJA a partir de uma “banca virtual” (ereader), por meio de um aplicativo gratuito, com o mesmo preço da banca (R$8,90) .
Como abordado no livro “MÍDIAS E NEGÓCIOS” a integração das diferentes plataformas ao modelo de negócios será o caminho das grandes corporações de mídia. Sempre de olho na origem das receitas...
Neste sentido as ações da ABRIL mostram uma estratégia consistente em abrir novas frentes através de várias plataformas.

As razões estratégicas que levaram GLOBO e ABRIL a crescer inorganicamente nas plataformas OOH são as constantes apropriações de audiência pelas mídias ON LINE.
Caminhamos para uma TV aberta que será a soma de pequenas audiências nas mais diversas plataformas.

Parece ser uma solução interessante para a pergunta que lançamos no livro “Mídias e Negócios”: o vendaval WEB rouba audiência das plataformas tradicionais, mas não gera receitas na mesma proporção. Como resolver isso?
As soluções apontam para uso de múltiplas plataformas. Por isso o nascimento de uma nova profissão: o gestor de transmídia. Fiquem atentos, pois o futuro vem surgindo aos poucos.
A ironia é que a TV ABERTA acaba de comemorar 60 anos...

Prof Ramiro Gonçalez
Inteligência de Mercado e Mídias – FIA- USP / UFPR

sábado, 23 de outubro de 2010

BANCOS AMERICANOS RENASCEM NO CARTÃO 2.0

TODOS SABEMOS A SITUAÇÃO CRÍTICA PELA QUAL PASSARAM OS BANCOS AMERICANOS.
Sabemos também que não se pode subestimar a capacidade americana em se reinventar, criar o futuro e enfrentar adversidades. Os japoneses perceberam isso na 2a guerra mundial...

Agora somos informados que o Citibank será um dos primeiros bancos no mundo a testar o sistema de cartão de crédito 2.0

A grande inovação desse cartão é ser débito e crédito em múltiplas contas correntes. (Sonho dos lojistas de shopping centers)
E não é só isso: estes cartões têm incorporado botões e displays gráficos com interaces para a web, sem prejudicar a espessura.
Essa nova tecnologia de cartões roubou a cena na conferência "DEMO startup conference" no Vale do Silício. A versão do Citi do cartão irá permitir aos utilizadores escolher entre dois botões do cartão na caixa registradora. Um botão permitirá que o usuário possa pagar com pontos de recompensa, o outro botão permite-lhes o pagamento com crédito.
O usuário pode escolher também em qual conta (e banco concorrente!) a fatura vai chegar.

Os cartões serão chamadas de 2G (como em "segunda geração", uma convenção de nomenclatura semelhante à de outros dispositivos móveis), cada um irá conter um chip e uma bateria com cerca de quatro anos de vida.

Funcionários do Citi têm testado desde maio de cartões de 2G com resultados animadores. Os 8 cartões que em média cada americano possui serão substituídos por apenas 1.
O banco planeja lançar OFERTAS para fora da sua base de clientes em meados dos 2011. Alguns titulares serão selecionados para iniciar o uso de cartões de 2G agora.

Alguns irão dizer: ihh lá vem outra crise de crédito... Pode ser, mas será uma crise 2.0!

QUEM QUISER CONFERIR BASTA VER O VÍDEO NO YOUTUBE:
http://www.youtube.com/watch?v=0RPkODrcjkU&feature=player_embedded


Prof Ramiro Gonçalez - FIA

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Autor: Mídias e Negócios

terça-feira, 19 de outubro de 2010

GOOGLE e PLANO DE NEGÓCIOS PARA MÍDIAS

GOOGLE COMEÇA A ESTUDAR FORMAS DE REMUNERAR DIREITOS AUTORAIS NA WEB

Pressionado pelas ações judiciais na Europa, Google decide criar formas de remunerar conteúdo digital. O diretor de marketing do Google para Europa - Philipp Schindler - disse que o direito autoral precisa ser preservado.

Interessante avanço. Várias vezes aqui no Blog o Prof. Grisi alertou sobre as falhas jurídicas ao se publicar conteúdo com direito autoral. E dava como exemplo o caso Europeu.

Por outro lado o Google já alerta aos publishers de mídia impressa que ajustem seus NEGÓCIOS A MÍDIA DIGITAL. É uma importante recomendação, uma vez que o modelo de negócios multi-plataformas veio para ficar.

A maneira de trabalhar em multi-plataformas já foi explorado no livro MÍDIAS e NEGÓCIOS: é preciso ter um sistema de assinatura ou micro pagamentos (notícias pagas por demanda).

A integração das mídias irá se tornar viável quando encontrar um modelo de negócios.

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
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Autor: Mídias e Negócios

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Regulação das MÍDIAS, cabeças Século 19 e usuários Século 21

Aqueles que têm acompanhado as notícias sobre o Projeto de REGULAÇÃO DAS MÍDIAS pretendido pelo governo, devem estar pensando:
O governo está longe entender a nova dinâmica das mídias.

Além da evidente agressão a democracia é uma fonte desnecessária de atritos com os veículos (falta de inteligência é uma maneira polida de classificar esse projeto).

Há um novo fenômeno que não está sendo considerado: a interatividade e a bidirecionalidade na comunicação.

Seria interessante (e recomendável) que estes "reguladores" visitassem as novas plataformas agregadas às mídias tradicionais: BLOGS E REDES SOCIAIS são um bom início para essa experiência para os "reguladores".(Além de plataformas antigas como: carta do leitor e as áreas dos OMBUDSMAN).

Eles ficariam surpresos pela "regulação" que o usuário já faz das mídias.
Os jornalistas são bombardeados por comentários nessas novas plataformas.
Patrulhas ideológicas (pagas ou não), grupos de pressão e de interesses e até usuários comuns fazem uso da interatividade. Todos participam e algumas vezes se digladiam.

Essa interatividade traz de tudo: correção da gramática do jornalista, opiniões divergentes e até FATOS NOVOS sobre o tema publicado.

A opinião do Veículo já não é ÚNICA. O leitor participa da construção da opinião.
O usuário externaliza sua opinião (com a possibilidade de todos os leitores terem acesso) e mostra sua insatisfação (ameaçando cancelar aassinatura ou não utilizar mais aquele veículo).

Ao tentar regular esta relação o governo mostra total desconhecimento das mecânicas das novas plataformas.
Lembra, um pouco, o planejamento central soviético (todo mundo sabe no que deu).

Atitude inteligente é entender essa nova dinâmica e estimular a interatividade.
Pena que provavelmente eles não lerão esse POST.

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Autor: Mídias e Negócios

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

CARREIRAS EM MÍDIAS SOCIAIS, ISSO EXISTE? PARTE 2

O desafio está posto
Prof Grisi-leitor do Blog- propôs importante questão: “A propósito, quero por um pouco de lenha na fogueira que você acendeu. Veja só: seria correto entregar para uma agência um único briefing, ou deveríamos fazer dois? Um exclusivamente para mídia on line e, outro para mídia off line. Gostaria de ver sua argumentação sobre isso na próxima postagem. Acho que essa idéia é boa para colocarmos à discussão, logo no início da aula do curso "Comunicação, mercado e TI".

Vou tentar responder baseado nas teses do livro “MÍDIAS e NEGÓCIOS”:
Houve um período em que se falava em COMUNICAÇÃO INTEGRADA, uma única mensagem em várias mídias. Isso era interessante e possível, pois essas plataformas a serem integradas são caracterizadas pela unidirecionalidade. Plataformas como TV, rádio, revista, jornal e outdoor têm como receptor final uma audiência passiva.
Era uma relação hierárquica: o veículo era a voz, a audiência era o ouvido.

Agora há um elemento estranho, um ruído no processo emissor-receptor : A comunicação BIDIRECIONAL.
Estes papéis são dúbios e o sistema muda para emissor-receptor <-> receptor-emissor.
Quem inicia a comunicação com uma empresa/marca nas REDES SOCIAIS é a antiga audiência (o antigo receptor). E muitas vezes inicia com uma reclamação. Esse emissor faz reverberar na rede suas (in) satisfações e desejos com relação a marca (#fail).
O #FAIL é um poderoso instrumento para arregimentar detratores as marcas.
Por isso quando marcas e empresas pretendem entrar nas REDES SOCIAIS (e elas estão sendo empurradas a isso) devem entender que são primariamente ações defensivas e que devem ser pouco intrusivas.
O sonho de uma marca é entrar numa rede de detratores e convertê-los em advogados. Isso não acontece usando técnicas de mercado convencionais. Exige um enorme esforço e trabalho em trazer benefícios REAIS e TANGÍVEIS aos usuários.
As técnicas para realizar isso são dispersas e pouco replicáveis. As empresas ainda experimentam caminhos.
Portanto respondendo a pergunta do Prof. Grisi é preciso pensar o ON LINE e o OFF LINE de forma distinta. Provavelmente a agência que recebeu o briefing do OFF LINE ainda não sabe resolver o problema no ON LINE (embora nunca irá reconhecer isso).
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Autor: Mídias e Negócios

domingo, 3 de outubro de 2010

Carreiras em mídias sociais. Isso existe?

Em um post anterior já havíamos alertado para uma nova função para aqueles que trabalham em comunicação: Gestor Transmídia.
A iniciativa de criar a função foi a REDE GLOBO que percebeu a importância de se adequar as mensagens a cada plataforma. O princípio não é novo, mas a técnica é!
Adequar a mensagem aos diferentes canais de distribuição sempre foi feito. Ocorre que era uma ação unidirecional. Isso mudou.

Agora a revista EXAME fez um levantamento das 10 profissões promissoras.
A terceira mais procurada é analista/gestor de mídias sociais.
Um erro comum é achar que para seguir carreira como analista de mídias sociais basta apenas conhecer e usar sites como Twitter, Facebook e Orkut.
Antes de tudo é preciso ter claro qual o MODELO DE NEGÓCIOS da empresa e como as Redes Sociais podem se encaixar em PARTE da comunicação. (em postagens anteriores já demos exemplos do que é feito em empresas como SANTANDER, UNILEVER e TECNISA)
A consultoria Delloite informa que 55% das empresas já possuem um cargo voltado para essa área ou estão buscando um profissional para ocupar a função.
Essa estruturação de uma área de REDES SOCIAIS ainda é feita de modo amadorístico por muitas empresas. Existem canais interessantes que já existem e são pouco explorados (caso do SAC).
Evidente que é impossível alguma empresa com base grande de clientes ficar fora de REDES SOCIAIS, mas é preciso uma análise de como ela se encaixa na estratégia de negócios. Caso contrário será desperdício de recursos.
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Autor: Mídias e Negócios

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

GLOBO e ABRIL passam a disputar audiência com telefônicas

Estamos acompanhando a progressiva invasão das corporações de mídias em novos territórios.
Um território (plataforma) que não para de crescer é o celular. Este ano o número de celulares ativos passará a população brasileira.
Discretas movimentações mostram a importância desses novos territórios.

A notícia que o IBOPE irá medir audiência de emissoras de TV no Brasil em aparelhos celulares é importante para entender o futuro dos modelos de negócios nas mídias.

O IBOPE só iria introduzir esta pesquisa se houvesse demanda por parte de anunciantes e veículos. Nesse caso o veículo passa a ser também empresa de telefonia.
Na disputa pela audiência há mais um ator: a empresa de telefonia.

Apesar da medição ser apenas em sinais de TV digital e não no analógico, não tira o conceito básico da ferramenta: audiência de TV ABERTA em aparelhos celulares.

Sabemos que o número de consumidores que assistem à TV digital em celulares é pequeno. Como também era zero o número de usuários do facebook em 2002 ou do twitter em 2005.

O IBOPE inova ao propor uma nova metodologia para medir audiência para TV: o Dib 6. O aparelho identifica o programa escolhido pelo telespectador e não a emissora, como na tecnologia atual.
O novo método se aplica a TV on demand, cuja programação fica disponível ao telespectador a qualquer hora.

TV ON DEMAND, TV NO CELULAR. O FUTURO CHEGA SEM PERCEBERMOS.

Vamos continuar investigando e pesquisando o assunto.

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
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Autor: Mídias e Negócios

terça-feira, 21 de setembro de 2010

GLOBO E ABRIL disputam OOH - Parte 2

As razões estratégicas que levaram GLOBO e ABRIL a crescer inorganicamente nas plataformas OOH são as constantes apropriações de audiência pelas mídias ON LINE.

O GOOGLE informou durante a entrega do prêmio CW 300 Maiores de TI e Telecom, da COMPUTERWORLD,
que o lançamento da Google TV será em novembro 2010.
Os fornecedores, Logitech e Sony, estão lutando para entregar nos prazos infraestrutura e aplicativos que serão o suporte da ferramenta.

O primeiro pré-teste será o Revue, primeiro set-top box para Google TV, em outubro 2010. E o GOOGLE não está só.
A Apple TV também quer lançar-se ao mercado ainda esse ano.
Aqui GLOBO e ABRIL buscam plataformas novas . Lá APPLE e GOOGLE buscam territórios nas plataformas tradicionais. Essa aparente confusão é uma estratégia muito bem pensada das corporações de comunicação. Uma única plataforma não garante modelo de negócios para ninguém.
O paradoxo é que mesmo APPLE e GOOGLE precisam invadir os territórios das mídias tradicionais para crescer e garantir lucratividade no futuro.

Como debatido na FEA essas forças de mercado podem destruir valor (e conhecimento) durante a construção de um novo modelo de negócios para comunicação.

Um exemplo desta destruição (criativa? positiva? )é proposta da revista TRIP criar uma edição totalmente colaborativa. Houve uma enorme repercussão negativa entre os profissionais que geram conteúdo. O conflito é claro: por que pagar se o conteúdo é produzido gratuitamente por centenas de colaboradores? Esse modelo pode derrubar as remunerações de jornalistas, produtores de arte e fotógrafos?

Como abordado no livro MÍDIAS e NEGÓCIOS o futuro vêm chegando em pulsos ou espasmos. Revistas com conteúdo colaborativo, GOOGLE TV, geração de conteúdo gratuito...
Este ano está mostrando um mercado em convulsão (em ambos os sentidos).

A ironia é que a TV ABERTA acaba de comemorar 60 anos...

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
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Autor: Mídias e Negócios

sábado, 18 de setembro de 2010

GLOBO e ABRIL brigam pela audiência no METRÔ, ÔNIBUS e ELEVADOR

De forma discreta vão se avolumando evidências que os territórios das mídias sempre claramente definidos vão perdendo suas fronteiras.
Num post anterior apresentei uma (possível?) estratégia de novo modelo de negócios para a ABRIL ao comprar a ELEMÍDIA. Líder na audiência OOH.

SABEMOS QUE É CADA VEZ MAIS DIFÍCIL RETER A AUDIÊNCIA DURANTE OS INTERVALOS COMERCIAIS (os famigerados efeitos Zapping, Surfing e Afastamento)

O desafio hoje é encontrar momentos onde seja possível reter a audiência nos intervalos. Isso acontece acontece quando a atenção do usuário sofre poucos estímulos. Esses momentos mágicos ocorrem quando o usuário (em tese) não tem outra opção a não ser ver os comerciais. Numa época de celular e web competindo pela atenção, esses momentos de atenção concentrada (cada vez mais raros) são encontrados no METRO, ÔNIBUS e elevadores.

Nada mais inteligente que propor conteúdo (e vender anúncios) por estes canais.
Aparentemente sem ser um desafio direto entre as organizações, parece que a GLOBO e a ABRIL começam a disputar este território. Há também um motivo mercadológico: o estrondoso crescimento da Classe C (corresponde às famílias que tenham renda mensal de R$ 1.126 a R$ 4.854 )que já é mais de 40% da população e é grande usuária desta plataforma.

Por isso não é de se estranhar a decisão da Globo de transmitir sua programação em
10 estações de metrô de São Paulo até o fim de setembro e 52 até o fim do ano.

A estimativa é chegar a uma audiência no METRÔ quatro milhões de passageiros por dia.
Isso também será feito pala BUS TV em 600 ônibus em São Paulo.
Evidente os investimentos são altíssimos, mas demonstra que a estratégia de longo prazo é evitar concentrar RECEITAS nas plataformas tradicionais.

Talvez sem imaginar a GLOBO e a ABRIL tentarão capturar a mesma audiência no transporte ou em elevadores dentro das empresas.
Consequências: novos formatos de conteúdo, novos tempos de intervalo e super exposição.

É interessante monitorar os resultados.

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
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@ramirogoncalez
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Autor: Mídias e Negócios

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Mudanças nas mídias -> um uso útil das redes sociais

Sabemos que está ocorrendo uma migração das verbas publicitárias das mídias tradicionais para o PDV e para as novas plataformas.

Isso já vem acontecendo já há alguns anos e tem se intensificado nos últimos 2 anos. Especialmente com a chegada das redes sociais ao sortimento de opções de plataformas.

Nas grandes corporações existe uma resistência ao uso de redes sociais. É natural que seja assim. Existe uma zona de conforto no uso das mídias tradicionais. Soma-se a isso que as experiências com redes sociais tendem a ser defensivas -> estar presente para evitar detratores. Algumas empresas como a UNILEVER utilizam o SAC em redes sociais para iniciar o relacionamento de modo inteligente e pouco intrusivo.

As ações inovadoras nas redes sociais são ainda experiências nos usos dessa plataforma.
Foi com surpresa que acabo de acessar a Rede CAMINHOS & ESCOLHAS do SANTANDER.

Esta rede social faz uma interessante integração entre o público e o conteúdo.
Vale a pena conferir ->http://www.caminhoseescolhas.com.br/

Mas ainda é uma experiência. Precisamos acompanhar para avaliar resultados objetivos.
De qualquer forma mais uma plataforma que mina recursos das mídias tradicionais.

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
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Postado por Ramiro Gonçalez às 1

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A INTEGRAÇÃO DAS MÍDIAS CONTINUA

Mês passado a revista WIRED publicou um artigo com o título “A web está morta. Longa vida para a internet”.
Dois autores consagrados de livros – Cris Anderson e Michael Wolff fizeram a provocação.
Apesar do título sensacionalista, o texto dá o que o pensar. Primeiro ao apresentar uma diferença semântica entre WEB e Internet.

Segundo os autores a WEB é domínio das soluções de busca e a Internet é o domínio da distribuição da informação. Claro que é preciso ser muito rigoroso conceitualmente para admitir essa distinção entre Web e Internet.

Mas vamos considerar que exista essa diferença entre a WEB e a Internet, quais seriam as implicações futuras?
Segundo Anderson e Wolff essa anarquia e democracia existente na Web tem um fim próximo devido a uma única razão: não traz ROI.

Como largamente debatido no meu livro “Mídias e Negócios” o futuro das plataformas está atrelada aos modelos de negócios que as financiam. A constatação dos autores não é nenhuma novidade. O que parece ser uma leitura inteligente deles é que o mercado irá buscar soluções de modelos de negócios na distribuição da informação (que eles chamam de Internet).
O exemplo lapidar deles é o FACEBOOK. Esta ferramenta dissocia seus usuários da WEB. Ele os captura e os mantém o máximo possível dentro de seus domínios.
É uma idéia polêmica, mas interessante. Criar territórios e manter os usuários o máximo possível dentro deles.
Isso já é feito a exaustão pelas mídias tradicionais. As TVs abertas já fazem isso ao vender patrocínio, por exemplo, do BBB.
NOVOS TERRITÓRIOS PARA AS MÍDIAS TRADICIONAIS

Mais do que manter territórios as TVs Abertas estão criando novos territórios - como a Rede Globo que criou a BUS TV com conteúdo de entretenimento e jornalismo.
A tecnologia digital permite que o passageiro de ônibus assista a programação em real time. Isso será levado brevemente as companhias aéreas, sendo que já existe uma negociação REDE GLOBO com a TAM. E não é só a Globo.

O Grupo ABRIL –o mais importante do Brasil em revistas anunciou - em outubro 2010 -que adquiriu o controle de 70% da Elemídia. Mas quem é? O que faz a Elemídia?
A Elemídia é importante ator num setor que cresce 8% ao ano no Brasil: a mídia digital out of home.
Ao entrar no elevador de num grande edifício e assistir notícias e vídeos em um monitor você estará sendo atingido pela mídia OOH.
Neste sentido o Grupo Abril deu mais um passo na integração das mídias. Conteúdo das revistas num elevador, num outro formato.
E não ficou só nisso: a Abril disponibilizou o conteúdo de VEJA para iPad em 4 de setembro último.
Basta fazer o download da VEJA a partir de uma “banca virtual” (ereader), por meio de um aplicativo gratuito, com o mesmo preço da banca (R$8,90) .

Como abordado no livro “MÍDIAS E NEGÓCIOS” a integração das diferentes plataformas ao modelo de negócios será o caminho das grandes corporações de mídia.
Neste sentido as ações da ABRIL mostram uma estratégia consistente em abrir novas frentes através de várias plataformas.

As razões estratégicas que levaram GLOBO e ABRIL a crescer inorganicamente nas plataformas OOH são as constantes apropriações de audiência pelas mídias ON LINE.
Caminhamos para uma TV aberta que será a soma de pequenas audiências nas mais diversas plataformas.

Parece ser uma solução interessante para a pergunta que lançamos no livro “Mídias e Negócios”: o vendaval WEB rouba audiência das plataformas tradicionais, mas não gera receitas na mesma proporção. Como resolver isso?
As soluções apontam para uso de múltiplas plataformas. Por isso o nascimento de uma nova profissão: o gestor e jornalista transmídia. Fiquem atentos, pois o futuro vem surgindo aos poucos.
A ironia é que a TV ABERTA acaba de comemorar 60 anos...

Prof Ramiro Gonçalez
Inteligência de Mercado e Mídias – FIA- USP / UFPR
Autor dos livros: QUE CRISE É ESSA? MÍDIAS e NEGÓCIOS
Mestre em Ciências da comunicação USP
Engenheiro Produção – POLI
Responsável Inteligência de Mercado – FIA USP
Fundador do Grupo de Engenheiros de Produção da Poli
Membro Conselho editorial ABA – ABEP

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

WEB e INTERNET SÃO ANIMAIS DIFERENTES?

Mês passado a revista WIRED publicou um artigo com o título “A web está morta. Longa vida para a internet”. Dois autores consagrados de livros – Cris Anderson e Michael Wolff fizeram a provocação.
Apesar do título sensacionalista, o texto dá o que o pensar. Primeiro ao apresentar uma diferença semântica entre WEB e Internet.

Segundo os autores a WEB é domínio das soluções de busca e a Internet é o domínio da distribuição da informação. Claro que é preciso ser muito rigoroso conceitualmente para admitir essa distinção entre Web e Internet.

Mas vamos considerar que exista essa diferença entre a WEB e a Internet, quais seriam as implicações futuras?
Segundo Anderson e Wolff essa anarquia e democracia existente na Web tem um fim próximo devido a uma única razão: não traz ROI. Como largamente debatido no livro “Mídias e Negócios” o futuro das plataformas está atrelada aos modelos de negócios que as financiam. A constatação dos autores não é nenhuma novidade. O que parece ser uma leitura inteligente deles é que o mercado irá buscar soluções de modelos de negócios na distribuição da informação (que eles chamam de Internet).
O exemplo lapidar deles é o FACEBOOK. Esta ferramenta dissocia seus usuários da WEB. Ele os captura e os mantém o máximo possível dentro de seus domínios.
É uma idéia polêmica, mas interessante. Criar territórios e manter os usuários o máximo possível dentro deles.
Isso já é feito a exaustão pelas mídias tradicionais. As TVs abertas já fazem isso ao vender patrocínio, por exemplo, do BBB.
Mais do que manter territórios as TVs Abertas estão criando novos territórios - como a Rede Globo que criou a BUS TV com conteúdo de entretenimento e jornalismo.
A tecnologia digital permite que o passageiro de ônibus assista a programação em real time. Isso será levado brevemente as companhias aéreas, sendo que já existe uma negociação REDE GLOBO com a TAM.
Caminhamos para uma TV aberta que será a soma de pequenas audiências nas mais diversas plataformas.

Parece ser uma solução interessante para a pergunta que lançamos no livro “Mídias e Negócios”: o vendaval WEB rouba audiência das plataformas tradicionais, mas não gera receitas na mesma proporção. Como resolver isso?
As soluções apontam para uso de múltiplas plataformas. Por isso o nascimento de uma nova profissão: o gestor de transmídia. Fiquem atentos, pois o futuro vem surgindo aos poucos.

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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Uma bomba nas redes sociais

Caiu com uma bomba no mercado
ON LINE a recente pesquisa realizada
pelo instituto alemão Brand Science.


Apesar de a pesquisa ser direcionada ao mercado europeu, minhas interpretações dos resultados mostram duas grandes conclusões:
1) As redes sociais captam audiência das mídias off line, mas não trazem resultados nas mesmas proporções;
2) As empresas não possuem estratégias para lidar com as Redes Sociais


Os resultados quantitativos são os seguintes:
- 81% das empresas não definiram uma estratégia para uso de redes sociais (resumo: “precisamos fazer algo de qualquer jeito...vamo que vamo ”)
- 72% acreditam que mídia social precisa ser viral (resumo é como dizer “precisamos de uma chuva com água...”)
- 84% usam métricas tradicionais para avaliar os esforços em redes (resumo: como o resultado é genérico, não há como dizer se isso é bom ou ruim.
Métricas tradicionais CPM, ROI ainda valem para qualquer mídia)
- 37% acham que mídia social significa compra de mídia (resumo: voltamos a década de 50. Comprar share of voice ao invés de comprar share of relationship)
- 11% possui algum manual de como seus colaboradores devem usar as redes sociais (resumo: ainda vale tudo)
Em nosso debate sobre o FUTURO DAS MÍDIAS NA FEA/FIA no primeiro semestre ficou claro que o uso de redes sociais É UMA ATITUDE DEFENSIVA. Motivo: Difícil invadir uma relação social digital .É o mesmo que interromper uma conversa: deselegante e intrusivo.
Poucas empresas (e pessoas) sabem fazer isso.
A UNILEVER apresentou um case em nosso debate " O Futuro das Mídias" que ilustra um modo inteligente de se iniciar o uso de Redes Sociais: pelo SAC. Transformar uma reclamação de sua marca numa rede social em algo positivo. Evidente que isso não é fácil ou possui fórmulas. Mas traz um caminho para as marcas que pretendem se enveredar no mundo das redes sociais. De certa forma é o renascimento do CRM, pois uma estratégia para Mídias Sociais passa necessariamente por um sistema de CRM . Afinal as mesmas características de ação aparecem nos 2 modelos: Identificar, Customizar, Interagir e Monitorar.
O que está demonstrado é que dá muito trabalho (operacional) fazer um esforço eficaz nas redes sociais. Por isso algumas empresas (e executivos) fogem da raia ao tentar mostrar resultados em mídias sociais. (em outro post detalharei o famoso caso da TECNISA DE VENDA DE UM AP PELO TWITTER: MUITO TRABALHO E UM ÓTIMO CRM).
Embora os resultados joguem um balde água fria em muitas expectativas em relação as mídias sociais, este estudo vem apenas ratificar a grande importância (e ignorância) em relação ao tema. O que temos certeza de fato é que poucos sabem o que fazer e os que sabem não ficam alardeando.
Resumo: ambiente cheio de oportunidades para aqueles que pretendem arriscar e inovar.
Prof Ramiro Gonçalez - FIA
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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Gestor Transmídia na Rede Globo

A jornalista Patrícia Kogut do jornal O GLOBO informa que a empresa está contratando gestores de conteúdo multiplataforma.

Fiquei imaginando o que seria isso na prática.
Longe de ser um trabalho fácil. Este gestor deve, a partir de um conteúdo específico (por exemplo uma novela), criar conteúdos para as várias plataformas (blogs, twitter e outros).
Um exemplo dramático são os blogs dos personagens de televisão. O gestor de mídia precisa criar para os principais personagens posts diários que traduzam o pensamento do personagem. Mais do que isso devem interagir com os internautas. Todo dia, com todos os comentaristas.

Esse é o futuro multiplataforma. Como fazer um bom produtor de conteúdo mono plataforma se tornar um gestor multi mídia? Como essa interação afeta a produção de conteúdo? Até que ponto o usuário pauta o produtor de conteúdo?

As habilidades são maiores que as exigidas hoje para um bom roteirista e um bom jornalista. Afinal, além de produzir um conteúdo denso, terá que fatiá-lo e distribuí-lo em várias plataformas.
Essa Integração de plataformas será um ótimo desafio para os próximos anos...

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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Um exemplo de integração entre as mídias

A recente queda de um avião no mar próximo ao aeroporto Santos Dumont, traz evidências interessantes de como se dará a integração entre as mídias.
Usuários do TWITTER e órgãos do governo usaram o TWITTER de forma instantânea para registrar o que havia ocorrido. As informações são incompletas, truncadas e (muitas) emocionais. Mas o fato é que a 1a apuração da notícia se dá pelo próprio leitor (com todos os aspectos negativos e a subjetividade que isso traz).
A mídia tradicional faz a 2a apuração tentando trazer elementos objetivos para o evento.
Vejam a interessante apuração disponível no site da FOLHA.COM - disponível a partir das 10:05 h de hoje -> http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2010/08/12/aviao-cai-na-baia-da-guanabara-no-rio-de-janeiro.jhtm
"Twitter
Segundo informações do microblog Twitter da Associação Nacional dos Empregados da Infraero (Anei), que reúne as informações da Infraero, o avião é um jato Learjet, que decolou do Aeroporto Santos Dumont em direção ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão (Tom Jobim).

"O Learjet decolou do SDU para o GIG, retornou ao SDU por motivo ainda desconhecido e no toque foi visto fumaça no trem de pouso traseiro", disse a associação, que afirmou ainda que as vítimas receberam os primeiros atendimentos no posto de primeiros socorros do aeroporto.

De acordo com a Anei, o Cenipa investiga o acidente.

Internautas registram a queda
Em seguida ao acidente, internautas relataram no Twitter que viram a queda do avião. "Gente... Bizarro... Aula de medicina legal, o professor olha pela janela e fala 'gente, tem um avião caindo'. Caiu na água", contou a internauta Maíra Souza. "Achei que ele estava pirando de vez né? Mas não... Quando eu fui olhar.. Um avião caiu na baía de Guanabara, na frente da minha faculdade. Tô chocada".

A internauta Anilska Lira também flagrou o acidente. "Acabei de ver um avião caindo na baía de Guanabara. Eu estava na barca e deu pra ver parte do resgate", escreveu."

Difícil negar o futuro. Teremos de conviver com a instantaneidade (e inacuracidade) da notícia. Saber lidar com informações imprecisas será uma habilidade.
Novos tempos, novas abordagens. Ainda não sabemos como será feito o caminho, mas já estamos caminhando..

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quarta-feira, 28 de julho de 2010

WikiLeaks e o futuro da mídia

Vem passando despercebida o modelo de geração de conteúdos do WikiLeaks. Para quem não está acompanhando: O wikileaks divulgou na semana passada notas e relatórios de soldados envolvidos na Guerra do Iraque.
Entrei no site para entendê-lo melhor. Quem tiver curiosidade: http://www.wikileaks.org/wiki/Wikileaks
O que tem isso a ver com o debate sobre o futuro das mídias?
O modo como este conteúdo gerado é totalmente não usual (anti-ético ?) e mostra como estamos em um momento de ruptura. O futuro vem em saltos.

Mas como funciona o Wiki leaks?
O criador do Wiki Leaks - Julian Assange - vem publicando desde julho de 2007 informações que ele diz serem importantes para preservar a democracia.
.. could become as important a journalistic tool as the Freedom of Information Act.„
— parece que o Time Magazin concorda, pois há uma citação na página inicial do site.
O WikiLeaks continua uma tradição de revelar na internet informações que o grande público não tem acesso. Informações que muitas vezes ficam restritas aos editores de jornais e revistas. Um dos primeiros eventos com este conceito foi o affair do presidente Bill Clinton com a estagiária Monica Lewinsky em 1998.
Sua coleta de dados parece ter um método: há uma extensa verificação dos dados colhidos e a proteção de suas fontes. O que é surpreendente é que ele apareceu justamente quando as mídias estão em crise e com redução da capacidade de investir em jornalismo investigativo.
Mídias tradicionais como o inglês "Guardian"e o alemão "Der Spiegel" parecem homologar o trabalho ao divulgar as informações do WikiLeaks. O que conquistou os repórteres é a transparência radical da divulgação de documentos originais.
Os desdobramentos nos vetores do futuro das mídias são significativos: Esta é uma alternativa à Geração de conteúdo tradicional? O canal de distribuição é a WEB com apoio das mídias tradicionais? O que sustenta o modelo de negócios? Quais os impactos no direito internacional?
Reconheço que tentar imaginar os impactos da Wikileaks vão além do conhecimento que possuo. Mas é exatamente isso que a torna interessante.

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terça-feira, 27 de julho de 2010

new york times encontra solução p. crise?

O FINANCIAL TIMES acaba de divulgar que o tradicional americano -New York Times- reverte a tendência de queda nas receitas com um aumento de 18% nos anúncios on line.
Debatemos bastante essa possibilidade nos eventos FEA-FIA de maio e junho 2010. O jornalismo investigativo poderia ser financiado pela própria operação on line dos jornais. Seria uma alternativa à queda dos volumes dos anúncios impressos.
No caso do New York Times a publicidade on line já responde por mais de 25% do faturamento do grupo. É uma notícia bem-vinda, tendo em vista as enormes dificuldades financeiras enfrentadas pelo NYT.
Parece prematuro acreditar que esta será a saída definitiva para as mídias. A cobrança por conteúdo parece ser parte dessa equação.
Continuamos monitorando as movimentações.

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domingo, 18 de julho de 2010

REDES SOCIAIS: Ate onde isso pode chegar?

Em nosso debate na FIA / FEA USP de 17 junho pudemos ter visoes distintas (e algumas antagonicas) sobre o uso das Redes Sociais. Essa diversidade de conceitos sera muito util para inventar um novo futuro dos usos das midias.O evento foi enfatico (e teve unanimidade)ao estabelecer -entre todos os debatedores- que nao existem formulas para o novo uso das midias.Agora fui surpreendido (ja nao deveria mais ficar...) com um evento inusitado em que fui envolvido de forma casual. Em recente viagem para Europa fui avisado durante o voo que os passageiros poderiam desfrutar de uma "REDE SOCIAL" no voo.
Como isso funciona? Simples . Aquela telinha na cadeira agora possui um pequeno PC conectado em rede com todos os passageiros. Qual a utilidade? No inicio vi apenas que havia games e uma crianca de 11 anos -na poltrona a frente- jogava de forma vibrante com alguem 4 fileiras na frente. Entediado com as mais de 10 H de viagem, fiquei mexendo no computador e descobri uma rede social para os passageiros. Eles a utilizavam para conversar sobre o clima da cidade destino, sobre opcoes de lazer, dicas de shows e espetaculos, eventos academicos (aproveitei um justamente sobre MIDIAS SOCIAIS)e regime monetario de varios paises europeus.
Vejam que o futuro chega mais rapido do que podemos pensa-lo. E como ele esta sendo uma ruptura. Num voo o maximo que conseguiriamos fazer seria amizade com o passageiro da poltrona ao lado. Agora ha a possibilidade de conversar com qualquer passageiro (de forma nao intrusiva).
A ruptura nas MIDIAS e isso: uma forma unusual de fazer algo usual - conversar num voo.

(PS 1- Por razoes tecnologicas alem de minhas habilidades, no teclado que digito esta mensagem nao existe a possibilidade de acento e outros caracteres. Peco desculpas aos leitores, mas nao gostaria de deixar passar esta novidade mesmo com um texto sem acentuacao)
(PS 2- Alguns CRUZEIROS ja criam REDES SOCIAIS para os clientes entrarem antes da viagem e ja estabelecerem contatos)
(PS 3- Email, sites e portais parecem cada vez mais "coisa de tiozao")

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Modelos de Negócios para Mídias Sociais

Como parte da contribuição ao debate sobre remuneração do jornalismo (e geradores de conteúdo) trago uma proposta para discussão: Remuneração ao ‘Jornalismo de mediação’.
Uma das características do uso eficaz do Twitter é escolha de quem seguir. Trata-se de um modo indireto de eleger um “mediador” de conteúdos. Embora o termo “mediador” pode ser redundante ao tratar de “mídia”, o conceito em sua essência é o que se busca ao escolher alguém no twitter. O jornalista pode ter esta função.
O usuário mostrou em uma pesquisa realizada por nós que escolhe quem seguir pela sua capacidade em escolher e selecionar conteúdos relevantes e pertinentes sob determinados assuntos.
Se está interessado em mercados de capitais, cultura, política ou esportes, o usuário não escolhe o mais profícuo gerador de conteúdos nestes temas. Ele escolhe aquele que tem a habilidade em selecionar um sortimento de conteúdo, muitas vezes antagônicos, sobre um tema específico para o usuário.
Encharcado pela inundação de informações ele procura um “editor” para cada assunto de seu interesse.
Trata-se do PERSONAL TWITTLIST. Alguém que sabe encontrar e escolher assuntos de um tema de interesse para o usuário. O raciocínio por trás dessa hipótese central é que no processo de amadurecimento do uso do TWITTER o expurgo natural de várias fontes irá trazer um editor para cada assunto de interesse.
A pesquisa também aponta que há a possibilidade do seguidor remunerar o seguido por esta habilidade. Seria este um dos cenários futuros para outra corrente de jornalismo?

O editor de assuntos nas redes sociais? Seria uma carreira paralela ao jornalismo investigativo?


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quinta-feira, 1 de julho de 2010

COMO REMUNERAR O JORNALISMO

PESQUISANDO O ASSUNTO HÁ 18 MESES E OUVINDO JORNALISTAS, USUÁRIOS E ANUNCIANTES, ALGUMAS POSSIBILIDADES PARA REMUNERAÇÃO DO JORNALISMO.

Sabemos que o jornalismo tradicional não acabou, apenas firmou-se como fonte de informações e ampliou sua credibilidade, tornando-se a referência em informações. Nossas análises confirmam que as melhores formas de comunicação online estão subordinadas ao conteúdo das mídias tradicionais.
O que não parece estar resolvido é o modelo de negócios que irá sustentar o jornalismo investigativo e a produção de conteúdo qualificado. Nossos estudos apontam para uma hipótese central: o conteúdo de qualidade deverá ser pago pelo usuário. Isso é uma forma de manter a independência e a isenção de quem produz ( Um autor ou gerador de conteúdo pode ter um viés para quem financia sua produção).
No debate organizado pelos professores da FEA USP no último dia 17 de junho, fizemos questão de trazer o fundador da revista Piauí – João Moreira Salles. Trata-se de um ideólogo do jornalismo investigativo (ou jornalismo literário). De modo objetivo e simples defendeu a importância do tema, mas reconhece a dificuldade em encontrar soluções de negócios para o assunto.
Para tentar jogar alguma luz, tento abaixo construir um esboço de proposta para remuneração do jornalismo investigativo.
Os princípios para geração de recursos e direito autoral sobre conteúdo seriam:
1) O usuário é o principal financiador do conteúdo: isso é garantia de um processo isento e como diz o Prof Grisi expurga os grupos de interesse;
2) O conteúdo fica disponível para cópia 72 h depois de publicado: Este é o ponto mais polêmico desta proposta. Acompanho atentamente os estudos do Prof. Matuck (ECA USP) sobre direito autoral e virtual e vejo a dificuldade em se controlar a reprodução do conteúdo. O conceito básico é o mesmo de uma mídia impressa, depois de comprado o conteúdo pode ser emprestado. (exemplo: revistas num consultório médico);
3) Ao utilizar um conteúdo é obrigatória a indicação da fonte: parece-me razoável que os créditos autorais sejam devidamente indicados;
4) O conteúdo deve ser disponibilizado na íntegra: Outro ponto polêmico. A ideia neste conceito é que o autor produziu uma obra indivisível e ao copiá-la, reduzi-la ou editá-la, pode-se adulterar o conteúdo produzido.
São apenas propostas que estarão em nosso livro “Mídias e Negócios” e apresentados em primeira mão aqui no blog.

Nota: se alguém quiser utilizar os conceitos, pode ficar a vontade. Desde que siga os princípios de divulgação de conteúdo acima propostos.

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quarta-feira, 30 de junho de 2010

FINALMENTE ALGUMA CRIATIVIDADE EM CANNES

Acaba de sair o vencedor do GRAN PRIX na categoria Titanium de Cannes.
A rede varejista especialista em eletrônicos ("category killer") BEST BUY inovou ao usar redes sociais para o atendimento de clientes. E arrebatou o prêmio.
Qual foi a ação que conseguiu o máximo prêmio?
Todos os mais de 2.000 vendedores da empresa respondem às dúvidas de clientes pelo TWITTER. Os clientes têm livre acesso aos vendedores no pré e pós venda (carregam o ônus e bônus de uma venda).
Após ver a realização da ação da BEST BUY parece óbvio que este é o caminho.
Como a venda de um eletroeletrônico é uma venda técnica, a empresa inteligentemente agregou serviço ao produto, fugindo da tendência a commoditização que ocorre nesta categoria.
Poderia se diferenciar em preço ou em serviço. Como o posicionamento em preço baixo implicaria numa disputa direta com a gigante WALMART, a BEST BUY optou por estabelecer parcerias com seus fornecedores para treinamento técnico de sua equipe de vendas.
Os fornecedores, cansados das duras condições comerciais impostas pela WALMART, adoraram. Mas isto apenas não bastava, o verdadeiro juiz precisava gostar: o cliente.
Treinamento e uma nova plataforma de comunicação foram fatores chave de sucesso junto aos clientes. Presos no emaranhado tecnológico dos novos aparelhos eletrônicos, responderam positivamente a este novo canal.
Ficou faltando, entretanto, a BEST BUY apresentar algumas dificuldades não previstas: reclamações de clientes, vendedores não adaptados a ferramenta e falhas no treinamento. Afinal o "cliente não é Deus. Porquê não? Resposta: Deus perdoa..."

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segunda-feira, 28 de junho de 2010

CANNES DESCOBRE A INTERAÇÃO

Sempre fui criticado pelos publicitários por fazer uma avaliação objetiva dos prêmios e festivais de propaganda. Talvez com razão. Tenho um viés em analisar o resultado para o negócio dos anunciantes.
E ainda para meu azar minha experiência com estes eventos pareceu comprovar alguns vícios: peças fantasmas (material inscrito sem ter sido veiculado), patrocinadores premiados (financiar o evento pode ser passaporte para prêmios) e egos partidos (participantes não suportam saber que outros podem ganhar prêmios).
Existe até um manual de "como inscrever e ganhar" em Cannes.
Não é por menos: o lugar é lindo, os restaurantes bons e é uma ótima desculpa para umas férias extras.

Recebo notícias da última edição do festival de Cannes que mostram a necessidade de se reinventar.
Comentários que circulam no TWITTER das palestras de Yoko Ono e Ben Stiller sobre ‘criatividade’ vão da ironia ao escárnio. Tentaram fórmulas manjadas para trazer uma ‘nova criatividade’...
O coroamento de um festival sem Criatividade foi o resultado óbvio de uma pesquisa realizada pelo Google e apresentada no evento. Seu vice-presidente de mídia concluiu: “O nível de lembrança das campanhas que interagem com o público é maior que outras ações que não interagem”. Ahh bom !
Parece que não será de Cannes que virão as novidades.

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SOCIAL MEDIA DAY?

Corre no TWITTER uma campanha para celebrar o SOCIAL MEDIA DAY.

Sabemos o impacto que as redes sociais estão fazendo nas mídias tradicionais com suas campanhas voluntárias e espontâneas (que acabam vazando para o mundo real...)
Exemplo mais incisivo disso pode ser considerado o #calabocagalvao que já está ultrapassado, fora de moda...
Como pesquisador de novas mídias considero importante esta interconexão que está nascendo entre as as mídias 'on e off line'. Uma ação no on line pode (sob determinadas) condições pautar a mídia off line.
As características dessas ações parecem seguir um padrao : nascem subversivas (no sentido de fugir a qualquer imposição de comportamento), se alastram de forma exponencial e terminam rapidamente quando são adotadas pelas mídias tradicionais.
Mas mesmo estes parecem ser padrões efêmeros também, pois percebo que nem eles se mostram consistentes.
De qualquer forma parece um exagero o SOCIAL MEDIA DAY.
Ou eu ainda não entendi o que há de rebelde ou subversivo nessa ação?

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sábado, 26 de junho de 2010

Medicina e Interatividade

Os avanços das tecnologias interativas chegam aos consultórios médicos.
Um computador é utilizado como uma recepcionista em um consultório. Faz perguntas básicas e uma triagem inicial a partir dos sintomas.
Vejam o artigo: http://www.nytimes.com/2010/06/25/science/25voice.html?pagewanted=1
Algoritmos de I.A. permitem aproximações e já preparam um perfil para o médico que fará uma análise mais acurada. Evidente que não substitui o médico, mas mostra como tirar proveito dos avanços digitais em problemas analógicos.

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quinta-feira, 24 de junho de 2010

ABUNDÂNCIA DE INFORMAÇÕES X PODER DE SÍNTESE

Recentemente reli um livro de Howard Gardner (autor de “Inteligências Múltiplas”). Um dos pontos que me chamou a atenção foi o conceito de capacidade sintetizadora. Faz sentido.
Prosperar num ambiente com a conhecida profusão de informações implica em ter uma habilidade em sintetizar, em saber extrair o ESSENCIAL. E isso não é fácil.

Na enxurrada de turbilhão de dados fragmentados e DESCONEXOS, a capacidade em associar e selecionar será um diferencial na tomada de decisões. E este movimento parece (em parte) contraditório a outra tendência: a construção do conhecimento coletivo.
A síntese é um processo (muitas vezes) individual de avaliação do que é essencial. Explicação confusa?
Um exemplo prático da dificuldade em trazer o conhecimento coletivo para um processo de síntese é a conhecida “reunião de condomínio”. Apesar de o assunto ser interesse de todos (e também por isso) a busca de um foco para solucionar um problema muitas vezes se perde.
O mesmo está ocorrendo no mundo digital. O jornalismo investigativo, com apuração detalhada do conteúdo, vem sendo varrido pela informação instantânea e com pouca profundidade. E os leitores que têm preocupação com qualidade já sentem este efeito.
Retrato dessa situação foi a pesquisa feita pela FSP (Gilberto Dimenstein – FSP – 1 março 2010) durante oito meses nas cidades de SP, Rio e Brasília. A conclusão do estudo aponta para os seguintes atributos que os leitores querem para o conteúdo jornalístico: ANALÍTICO, SINTÉTICO, PRÁTICO e INTERPRETATIVO.
Em síntese: querem ajuda para selecionar (editar?) o que importa.

Demandas que parecem simples, mas é muito difícil enfrentá-las. Dimenstein preocupa-se: “Como reduzir tantos assuntos complexos em tão poucos minutos de leitura diária? Como captar a atenção de um público cada vez mais hiperativo”.
Fica claro que este desafio não é restrito ao jornalismo. Poderíamos aplicá-lo as marcas, gestão de pessoas e a própria universidade. Envolve toda a rede de produção e disseminação de conhecimento.
A pergunta que não cala: como usufruir das possibilidades do conhecimento coletivo e produzir informação sintética?

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terça-feira, 22 de junho de 2010

Vida Privada x ambiente público: o conflito das Redes Sociais

Surgem cada vez mais evidências que as redes sociais não trazem um incremento nas mudanças nos negócios e nas relações pessoais. Elas são uma RUPTURA.
Sem fazer juízo de valor sobre se essa mudança é positiva ou negativa, cabe analisar um comportamento específico: adolescentes terminam namoro pela rede.
O site http://www.areyouinterested.com/index_nl.php?action=splash&qs= acaba de disponibilizar uma interessante pesquisa sobre o tema.
Com uma amostra de 1082 indivíduos a pesquisa mostra dados surpreendentes:
1) Quase 1 em 4 indivíduos descobriu que a companheira tinha terminado o namoro pelo perfil de uma rede social. Bastava ver se o perfil mostrava compremetida ou solteira;
2) Mais de 1 em 5 disseram que terminariam o namoro divulgando seu perfil numa rede social;
3) Quase 40% dos entrevistados atualizaram seu perfil numa rede social para mostrar quais são seus planos.

Parece algo irrelevante. Mas não é. Há impactos futuros nesse comportamento. Os mesmos comportamentos (ou mais agudos) poderão ser demonstrados com suas marcas, com seus empregadores, com seus chefes...
Os gestores estarão preparados para lidar com tal nível de exposição? Como as marcas devem se relacionar com seus usuários neste cenário?
Há mais perguntas que respostas para este imbróglio. Ótimo para academia que pode experimentar modelos

COPA, EUA e MÍDIAS SOCIAIS

Sempre se buscou que o futebol atingisse sua última fronteira no mundo: os EUA.
Várias foram as tentativas, desde a criação do time COSMOS que levou Pelé aos EUA na dácada de 70 passando pela realização da copa em 94.
Parece que agora este objetivo está parcialmente obtido.
Alguns fatores estão empurrando os EUA para o futebol (ou vice versa): aumento da população hispânica, esporte com maior penetração entre meninas americanas (fato curioso para os brasileiros) e mídias sociais... Mídias sociais? Sim.
E quem fala ísso é a maior empresa de pesquisa e audiência do mundo: a NIELSEN.
“Graças às mídias sociais e o reforçado acesso aos jogos e às notícias pelo mundo, a febre do ‘soccer’ atingiu a massa no país”, disse Stephen Master, vice-presidente de esportes da Nielsen, em entrevista ao Daily Finance (Fonte: FSP Copa do mundo 22 junho).
O uso do TWIITER por americanos para comentários bateu recordes de audiência.
Os americanos normalmente indiferentes ao futebol quiserem entender por que se falava tanto deste evento. Provavelmente curiosos para entender o que suas filhas estão acompanhando na WEB.
De qualquer forma mais um elemento que confirma a hipótese que a mídia On line pode pautar a mídia off line.Continuamos acompanhando o comportamento das mídias com curiosidade. Ainda não existem fórmulas, apenas experimentos. O que torna o assunto cada vez mais interessante.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Web TV : a nova rainha do lar?

Nas décadas de 60, 70 e 80 era comum encontrar na sala de visitas (o espaço de convivência da casa) uma tela de TV. Este comportamento foi se invertendo com a proliferação de aparelhos nos domicílios. Cada dormitório passou a ter sua própria TV.
Há agora a possibilidade se fazer a integração entre a TV e a WEB. De olho nisso fabricantes e provedores buscam parcerias para disputar a audiência. E existem duas ótimas razões para isso: a penetração de TV aberta nos domicílios é 97% e de acesso a WEB é 48 %. Sendo que 33% dos domicílios têm acesso por banda larga. TV ABERTA e a WEB parecem claramente dominar o cenário nos próximos anos, possivelmente em formatos diferentes do que conhecemos.

Vamos por um instante ser otimistas e imaginar que a conexão de boa qualidade seja uma realidade em 3 anos. Qual o impacto? Assistir TV no computador será tão fácil quanto hoje é numa TV aberta. A NIELSEN informa que o brasileiro já gasta mensalmente 43h em frente ao computador contra 129 h assistindo TV... Existe, portanto um gradiente interessante de audiência entre esses meios...
A interface para a WEB TV é ainda um pouco mais complicada que o controle remoto da TV aberta – O GOOGLE TV necessita de um teclado especial. Mas isso não é impeditivo para os nativos da WEB que cresceram tendo um teclado como extensão das mãos.
Estimativa da Associação Nacional de Produtos Eletrônicos prevê 1 milhão de TVs WEB até o início de 2011. Parece pouco num parque instalado de 98 milhões, mas temos que considerar que a WEB TV tem menos de um ano no Brasil.
Esse cenário muda radicalmente os modelos de negócios pensados para a TV ABERTA, pois a WEB TV exigirá conteúdos características próprias, uso de interatividade e outra forma de comercializar espaços. O conceito de “horário nobre” tende a se diluir. O horário nobre pode ser aquele que o usuário achar conveniente. Será o CRM dos programas de TV.
As emissoras cobrem de sigilo suas estratégias sobre o assunto, mas é claro que já estão pensando em novas fórmulas. A evolução de seus modelos de negócios será uma necessidade, empurradas por seus anunciantes e usuários.

sábado, 19 de junho de 2010

GALVAO, MIDIAS SOCIAIS E PIAUÍ

Como já observado no livro "MÍDIAS e NEGÓCIOS" proliferam exemplos da mídia 'on line' pautando a mídia 'off line'.
O mais recente episódio foi o #calabocagalvao. O viral surgiu no dia 13 de junho e tomou conta do Twitter.-> assistam:


Desde então, aparece na lista de Trending Topics (assuntos mais populares) da rede de mensagens.
O interessante foi que o vídeo criado voluntariamente para mobilizar a opinião mundial dos usuários no twitter: "O Galvao é um pássaro em extinção e precisa de sua ajuda".
Além de hilário, a ação mostra como é possível criar factóides na rede e transfomá-los em FATOS: o próprio GALVÃO entrou no circuito e apoiou a campanha...
O que nos interessa como fenômeno mercadológico é poder da mobilização coletiva para gerar fatos novos, inéditos e com imensa repercussão.

Ao contrário dos fenômenos #loirauniban e #dameuchip-pedro que surgiram no mundo real e foram adotados pelo mundo virtual, o #calabocagalvao foi gestado e parido no mundo virtual. O real apenas se rendeu ao tsumani...
A Globo provocou o Galvao a se pronunciar - e ele de forma inteligente driblou a polêmica.
É redundante se sentir espantado. Cada dia dogmas consolidados de jornalismo e marketing são derrubados, por usuárias de mídias interativas que abusam de um anarquismo falsamente caótico.

O agradecimento feito por João Moreira Salles (revista piaui) a FEA USP por participar de nosso debate sobre o FUTURO DAS MÍDIAS resume: "Poucas vezes tive tanto prazer em falar sobre o que não entendo"