PESQUISANDO O ASSUNTO HÁ 18 MESES E OUVINDO JORNALISTAS, USUÁRIOS E ANUNCIANTES, ALGUMAS POSSIBILIDADES PARA REMUNERAÇÃO DO JORNALISMO.
Sabemos que o jornalismo tradicional não acabou, apenas firmou-se como fonte de informações e ampliou sua credibilidade, tornando-se a referência em informações. Nossas análises confirmam que as melhores formas de comunicação online estão subordinadas ao conteúdo das mídias tradicionais.
O que não parece estar resolvido é o modelo de negócios que irá sustentar o jornalismo investigativo e a produção de conteúdo qualificado. Nossos estudos apontam para uma hipótese central: o conteúdo de qualidade deverá ser pago pelo usuário. Isso é uma forma de manter a independência e a isenção de quem produz ( Um autor ou gerador de conteúdo pode ter um viés para quem financia sua produção).
No debate organizado pelos professores da FEA USP no último dia 17 de junho, fizemos questão de trazer o fundador da revista Piauí – João Moreira Salles. Trata-se de um ideólogo do jornalismo investigativo (ou jornalismo literário). De modo objetivo e simples defendeu a importância do tema, mas reconhece a dificuldade em encontrar soluções de negócios para o assunto.
Para tentar jogar alguma luz, tento abaixo construir um esboço de proposta para remuneração do jornalismo investigativo.
Os princípios para geração de recursos e direito autoral sobre conteúdo seriam:
1) O usuário é o principal financiador do conteúdo: isso é garantia de um processo isento e como diz o Prof Grisi expurga os grupos de interesse;
2) O conteúdo fica disponível para cópia 72 h depois de publicado: Este é o ponto mais polêmico desta proposta. Acompanho atentamente os estudos do Prof. Matuck (ECA USP) sobre direito autoral e virtual e vejo a dificuldade em se controlar a reprodução do conteúdo. O conceito básico é o mesmo de uma mídia impressa, depois de comprado o conteúdo pode ser emprestado. (exemplo: revistas num consultório médico);
3) Ao utilizar um conteúdo é obrigatória a indicação da fonte: parece-me razoável que os créditos autorais sejam devidamente indicados;
4) O conteúdo deve ser disponibilizado na íntegra: Outro ponto polêmico. A ideia neste conceito é que o autor produziu uma obra indivisível e ao copiá-la, reduzi-la ou editá-la, pode-se adulterar o conteúdo produzido.
São apenas propostas que estarão em nosso livro “Mídias e Negócios” e apresentados em primeira mão aqui no blog.
Nota: se alguém quiser utilizar os conceitos, pode ficar a vontade. Desde que siga os princípios de divulgação de conteúdo acima propostos.
Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br
quinta-feira, 1 de julho de 2010
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