sábado, 18 de fevereiro de 2012

FOLHA DE SÃO PAULO DEBATE: HÁ VALOR EM "COMENTÁRIOS"?

O Blog Novo em Folha da FSP, publicou artigo sobre o "valor econômico dos comentários"
Vale a pena dar uma fuçada e debater!
http://novoemfolha.blogfolha.uol.com.br/2012/02/15/ainda-sobre-comentaristas/

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Mercado de Mídia Brasileiro - Precisamos de mais concorrência

A miopia empresarial que apoia a restrição de capital estrangeiro nas Mídias está sendo tratada com um colírio especial: A necessidade de Investimento.
É evidente que os grupos de Mídia nacionais perceberam que a barreira ao capital estrangeiro é um entrave ao desenvolvimento de seus negócios. 
A revolução digital tornou exposta a deficiente estrutura de capital dos conglomerados de mídia nacionais. Falta dinheiro para investir nas tecnologias digitais e principalmente no treinamento e remuneração dos profissionais de comunicação.
É interessante, num país que até o sistema financeiro permite multinacionais, observar as restrições ao capital exterior nos seus veículos e plataformas. Os proprios acionistas começam a perceber que este "mercado cativo" também poder ser um entrave a valorização de seus próprios negócios. Afinal é uma fonte a menos de recursos para este setor. No exterior os executivos de empresas de mídia mostram o apelo que o Brasil tem.
O atual CEO da Apple - Tim Cook - disse que o  BRASIL é a OPORTUNIDADE ÚNICA e na sua lista de prioridades é o segundo país, atrás apenas China.
O grupo ON GOING (de Portugal) que no Brasil edita o jornal BRASILECONÔMICO já demonstrou interesse em investir no Brasil. Somente não faz devido a barreira legal.

Pequenos detalhes demonstram o interesse no Brasil: o grupo  Viacom informou ao "Tela Viva" que o canal "Comedy Central" estreia no Brasil no dia 1º fevereiro.
Trata-se de um movimento que expande a programação, e faz os concorrentes no país - como  Globosat e a Fox - também se preparem e revisarem sua programação . "O Brasil é muito importante para a Viacom", justificou seu presidente, Doug Herzog.

A concorrência é saudável para consumidores, produtores de conteúdo, anunciantes e funcionários.
Agora os PRÓPRIOS ACIONISTAS perceberam que inibir o capital estrangeiro também desvaloriza seus ativos, pois reduz os interessados em seus negócios.

Vale a pena repensar esta barreira.
Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez -> http://que-midia-e-essa.blogspot.com/
ramirogon@uol.com.br
Autor: Mídias e Negócios e QUE CRISE É ESSA?

sábado, 10 de dezembro de 2011

BRIC compensa EUROZONA no mercado publicitário?

Nelson de SÁ da FSP, apresenta um tema espinhoso: os BRIC devem compensar as receitas perdidas na Europa e EUA. Será?

O "New York Times" reporta, da conferência UBS de mídia e comunicação global, em NY, que o presidente do grupo WPP, "maior holding de agências de publicidade do mundo", Sir Martin Sorrell, "expressou relativo otimismo para o próximo ano". Os primeiros dados de novembro, diz ele, são "mais fortes do que prevíamos". Nos EUA e Europa, as empresas decidiram não expandir produção, mas "estão elevando os orçamentos para publicidade de marca":
E em mercados de rápido crescimento como Brasil e China existe umduplo feitiço, com as empresas investindo tanto em adicionar capacidade como em elevar os gastos com publicidade.  
No dia anterior, na conferência, "todos" os executivos de comunicação focaram os Brics ao fazerem suas previsões, "explicando como o crescimento dos gastos em publicidade [de Brasil, Rússia, Índia e China] compensaria a fraqueza na Europa e salvaria os resultados mundiais em 2012".
A exceção foi o presidente da Viacom, Philippe Dauman, que enfatizou o crescimento nos países que chamou de "Bri", pronunciando "brie", para Brasil, Rússia e Índia, deixando de fora a China, pela pirataria e pelas barreiras para empresas de conteúdo como a Viacom.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Há valor econômico em comentários em notícias ?


Devemos repensar a mídia. 

Faz dezoito meses que pesquiso e visito blogs e site de notícias. Um veículo importante pediu um estudo sobre novas formas de monetizar o conteúdo jornalístico.
Para entender como seria possível encontrar novas formas de remunerar o conteúdo, realizei pesquisa com 120 blogs de jornais e revistas. Procurei me concentrar naqueles 87% de blogs e colunas que permitiam comentários. Sendo que apenas 7% interagiam com os participantes. Isto já é uma conclusão: as mídias continuam gerenciadas de modo unidirecional.
Não entenderam como será o processo no futuro: interação será fundamental.
A premissa do estudo é que há valor econômico no comentário, pois:
 * é preciso moderar – portanto gasta-se tempo do jornalista;
 * o blog é juridicamente responsável pelos comentários e
 * o comentarista tem publicidade de suas ideias.
Alguns achados da pesquisa:
1) 62% dos leitores, imediatamente após a leitura de uma matéria de seu interesse buscam os comentários. Há indícios que em alguns casos os comentários são mais relevantes (para os leitores) que a própria notícia (estou investigando essa hipótese);
2) 8% dos leitores que leem notícias sobre cotidiano, política e esportes fazem questão de comentar a notícia.
Uma das conclusões é que poder interagir é o novo valor econômico no jornalismo.
Por outro lado também há valor econômico nos comentários e, portanto, deveriam remuneraros comentaristas, pois:
(estas hipóteses são méritos do Roberto TAKATA, num debate no NEF)
>> Complementam ou corrigem a informação;
>> Representam audiência ao blog e dão informação demográfica;
>> Estabelecem vínculos duradouros e uma comunidade de comentaristas.
Agora ficamos sabendo por NELSON DE SÁ (FSP) que o Wall Street Journal está lançando  o WSJ Social, que filtra o conteúdo do jornal para criar um produto “dentro das paredes do Facebook”. Os usuários escolhem os assuntos que querem seguir “e isso determina o que vão ver”. Segundo Maya Baratz, chefe de novos produtos do jornal, “no WSJ Social todo usuário é um editor”.
É muito difícil para as cabeças hierárquicas nas mídias entenderem que a assimetria de poder na edição de notícias está se reduzindo. Isso não significa mais qualidade, significa que é uma tendência. Ponto.
O Wall Street Journal criou uma sinergia com objetivos estratégicos do Facebook, de oferecer conteúdo noticioso para manter as pessoas no site. Em suma, ser a porta de entrada, uso e de saída internet.
Os editores de conteúdo precisam entender que parte da remuneração jornalística, virá da interação editor-leitor e leitor-leitor. E os donos dos veículos perceberão que parte da audiência está disposta a pagar por isso.
Uma conferência para desenvolvedores de conteúdos interativos – que possui organizações como CNN, Washington Post e Huffington Post - está debatendo justamente o assunto.
NELSON DE SÁ vai direto ao ponto ao pinçar um comentário de Jeff Bercovici, da Forbes:
O Facebook é amigo das empresas jornalísticas ou seu rival? A matemática é cruel: quanto mais tempo os consumidores passam no Facebook, menos tempo têm para os sites de notícias. Agora o “WSJ” tem o que acredita ser uma resposta ao problema.
O  Twitter  também percebeu o fenômeno: 50 milhões de usuários acessam TODO DIA o  Twitter para compartilhar seus pensamentos e descobrir o que está acontecendo no mundo.
Essa mudança drástica no comportamento no uso da mídia é uma das saídas para viabilizar conteúdo de qualidade.
Poucos veículos já perceberam esse caminho.

A interação deve ter valor econômico



Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez -> http://que-midia-e-essa.blogspot.com/
ramirogon@uol.com.br
Autor: Mídias e Negócios e QUE CRISE É ESSA?



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Inversão de Expectativa como Técnica Fixação de Mensagens

O teórico da informação Claude Shannon publicou em 1948 as bases da Teoria da Informação num artigo científico intitulado A Mathematical Theory of Communication .
Seu enunciado mais importante foi a quantificação da informação num ENUNCIADO MATEMÁTICO, resumido na frase (uma redução sintética do conceito):
“a quantidade de informação num evento é inversamente proporcional a probabilidade dele ocorrer”.

Traduzindo em termos simples: menos provável, maior a quantidade de informação contida num evento. Exemplos clássicos desta proposição são a morte de Ayrton Senna e a Queda das Torres Gêmeas. Muitas pessoas não se lembram o que fizeram domingo retrasado, mas se lembram extatamente onde estavam (e o que faziam) quando receberam a notícia da queda das torres gêmeas. É disso que trata a tese de Shannon.

Os eventos improváveis carregam uma enorma quantidade de informação. O contrário também é verdade: eventos prováveis (conhecidos) carregam pouca informação. Exemplo simples é o fato de poucas pessoas lembrarem do trajeto que fizeram da escola para casa ou para trabalho. Simplesmente por ser repetitivo (conhecido) este é evento é muito provável e portanto carrega pouca informação.

Shannon foi o primeiro a sistematizar A Teoria da informação como um ramo da probabilidade e da estatística que lida com sistemas de comunicação. (não confundir com tecnologia da informação).
No processo de desenvolvimento de uma teoria da comunicação que pudesse ser aplicada por engenheiros para projetar sistemas de telecomunicação melhores, Shannon criou uma medida “ENTROPIA”, definida como logaritmo do grau de caoticidade da distribuição de probabilidade:


 H(X) = -\sum_{x \in \mathbb{X}} p(x) \log p(x)


Confuso? Basta entender que essa caoticidade é a improbabilidade do evento ocorrer. No exemplo dado: Existe maior caos que a queda das torres gêmeas? Isso é a entropia.

NA PRÁTICA, COM FUNCIONA?
Muitos publicitários e comunicadores utilizam a teoria aplicada na prática, construindo a INVERSÃO DE EXPECTATIVA como forma de aumentar o impacto (quantidade de informação) numa mensagem. Os melhores humoristas conhecem a técnica e a utilizam na criação de piadas. O discurso é construído de tal forma a levantar a hipótese do evento mais provável ( a mente é direcionada a construir um  final da piada") e de repente um fato novo inverte a lógica da narrativa causando o riso e a gargalhada.
É o final improvável da piada que a torna engraçada.


Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez -> http://que-midia-e-essa.blogspot.com/
ramirogon@uol.com.br
Autor: Mídias e Negócios e QUE CRISE É ESSA?

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

As mudanças estão chegando. Quem não se preparar...

Adiantamos aqui no blog no tópico "UMA DISPUTA SILENCIONA NAS MÍDIAS" que haveria mudanças no setor de plataformas de MÍDIA
A FOLHA DE SÃO PAULO de hoje 17 agosto, traz matéria (vejam a integra - apenas assinantes)
Estamos ou não debatendo um assunto pertinente e atual?
Christian: lembra de nosso debate na Livraria Cultura sobre acesso a capitais externos nas mídias?(item 1)
Milena: Produção de conteúdo nacional. Lembra que comentamos que o pessoal do DISCOVERY nos procurou na USP para documentário mundial para os preparativos da copa? (item 2)
Patriarca: como havíamos debatido a convergência não é tecnológica, é de modelos de negócios (3)

Congresso libera TV a cabo para as teles



Com a mudança, as operadoras de telefonia fixa vão poder controlar empresas de televisão por assinatura Nova lei também acaba com restrição a estrangeiros; Embratel poderá assumir Net, e Telefônica, a TVA
SOFIA FERNANDES
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA

O Senado aprovou ontem o projeto de lei que abre o mercado de TV a cabo para as empresas de telecomunicações(1) nacionais e estrangeiras e define (2) cotas nacionais de programação.
O texto vai a sanção presidencial. O projeto unifica a regulamentação de (3) TV por assinatura, seja via satélite, cabo ou micro-ondas, e derruba a legislação específica para TV a cabo hoje em vigor.
A atual lei do cabo proíbe que teles estrangeiras controlem TV a cabo. As nacionais também eram proibidas, mas a Anatel estava mudando essa determinação.
Agora, as teles ficarão legalmente liberadas para controlar empresas do setor. Com isso, o governo espera ampliar a competição de TV por assinatura, baratear o serviço e usar o negócio como um vetor de crescimento de conexões à banda larga.
As empresas de telefonia fixa poderão vender os chamados "combos" de TV paga, telefone e banda larga. O projeto, porém, mantém as teles fora do processo de produção de conteúdo.(QUEM FARÁ O CONTEÚDO?)
O projeto de lei define ainda cotas para produção nacional. Os canais deverão veicular três horas e meia por semana de conteúdo produzido no Brasil das 18h às 22h.
Há ainda a determinação de que metade da cota nacional seja produzida por empresas que não sejam vinculadas a grupos de radiodifusão (quem fará?). Será um total semanal de uma hora e 45 minutos de programação independente.
O texto, que tramitava havia quatro anos, determina à Ancine a função de verificar o cumprimento dessa meta de veiculação de conteúdo brasileiro e independente. O papel da agência foi a principal crítica da oposição.
O senador José Agripino Maia (DEM-RN) afirmou que, apesar de votar a favor do projeto, entrará com uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra a atribuição de tarefas à Ancine.
O relator do projeto, senador Walter Pinheiro (PT-BA), afirmou que não há delegação de funções novas à Ancine, que já tem a tarefa de regulação do setor.
O texto foi aprovado no Senado sem modificações. O projeto acaba com o limite de participação estrangeira no setor de TV a cabo no país, que era limitado a 49%.

CONSOLIDAÇÃO
O mercado já aposta em mudanças no setor com a aprovação da lei. O negócio mais esperado é a troca de comando na Net, hoje controlada pelas Organizações Globo. O empresário mexicano Carlos Slim e dono da Embratel, sócio na TV a cabo, deve assumir o controle da empresa.
A Telefônica deverá assumir o controle da TVA. Para a empresa, o cliente ganhará com a maior concorrência. "O principal beneficiado será o consumidor, que terá à disposição um leque maior de opções de provedores ofertando TV por assinatura", diz a empresa. Net e Oi não se pronunciaram.

Colaborou ALESSANDRA KIANEK, de São Paulo

terça-feira, 16 de agosto de 2011

3a Debate : MODELOS DE NEGÓCIOS e FUTURO DAS MÍDIAS

Faremos uma palestra debate com professores da ECA USP e coordenado por - Arthur Matuck .Pena que Rahdfaerer que inspirou muitas das questões não poderá participar.
Vejam detalhes do 3o debate (os outros dois foram na FEA USP):


Data: 16 agosto de 2011
Local: Escola de Comunicação e Artes - Auditório CRP
Horário: 19:00 - 22:00h
Disciplina: Comunicaçao Digital e Novas Midias com enfase nas redes - Coordenação Arthur Matuck



Título e conteúdo do debate - palestra

MODELOS E SOLUÇÕES DE NEGÓCIOS NAS MÍDIAS

“As plataformas ON LINE capturam audiência das plataformas OFF LINE, mas não trazem receitas na mesma proporção”.
Debatedores:
Milena Seabra - Diretora de Marketing GRPCOM PR
Christian Marra, Diretor da Nethics
Roberto Patriarca - Diretor Panejamento HSBC


As conseqüências são dramáticas: queda da remuneração aos produtores de conteúdo, disfuncionalidade nos modelos de negócios de veículos, redução na qualidade do conteúdo produzido e a proliferação do jornalismo gratuito. Por outro lado é inegável o potencial colaborativo e a geração de conteúdo descentralizada na WEB.
Como administrar um negócio de mídia sustentável?


Prof Ramiro Gonçalez