Minhas PESQUISAS na FIA USP sempre rendem frutos. Foi assim com o livro “Mídias e Negócios” e agora com o livro “Monetizar a rede social?“.
A premissa inicial do livro é baseada na “ procura pelos grandes distribuidores da informação por formas de gerar receitas para produtores de conteúdo” e acreditamos que será a tônica dos próximos anos. A recente notícia, sobre o acordo feito pelo YOUTUBE na França para remunerar os produtores de vídeo, dá pistas do caminho escolhido.
A Busca por receitas no mundo on line
A forma inicial de buscar receitas através de anúncios parece não ter sido eficiente. A conclusão de quem estuda modelos de negócios para as redes é que monetizar a rede será feito através da enorme riqueza de dados que as redes sociais podem acessar.
É onde está o dinheiro (o que provavelmente irá deixar os defensores da privacidade muito insatisfeitos). Esse conflito de interesses estaria resolvido se o usuário pagasse pelo acesso as redes sociais. Mas todas as pesquisadas realizadas mostram que esta possibilidade não existe (como foi gratuito desde o início, passar a cobrar gera enorme rejeição). Mais do que uma rejeição “ser gratuito parece ser um dogma nas redes sociais”. Portanto usuário deverá (já o faz) abrir mão de parte de sua privacidade para garantir acesso gratuito as redes sociais.
Eu defendo inclusive que em blogs jornalísticos com altíssimo índide de comentários (i.e. blogs de política e de esportes) deveriam ser pagos. O PORTAL EXAME de certa forma já faz isso ao permitir que comentários sejam feitos apenas por assinantes. Você pode ler a matéria jornalística, mas interagir com o autor nos comentários apenas para assinantes.
A Moeda real da Rede -> DADOS DE COMPORTAMENTO
Twitter, Google e facebook juntos já caminham para obter receitas através da venda de “dados, informações, estudos e análises do comportamento” de seus usuários. Estes conjuntos de dados são a NOVA MOEDA.
Do ponto de vista do negócio é uma mera adaptação de seu modelo de receitas ajustado para vender informação gerada na rede social. Não será um caminho fácil.
Todos nós acompanhamos com freqüência como importantes dados para a mídia social foram tornados públicos e os problemas gerados principalmente pelo Facebook . Este causou agitação no início do ano quando permitiu que os usuários fizessem download de seus dados.
O que nós pesquisadores ainda não sabemos são as implicações de longo prazo de uma empresa como Facebook possuir a quantidade de dados que eles têm. Modelos matemáticos como equações estruturadas, data mining, análises de clustters e outros podem abrir novos usos (e fonte de receitas) para o FACEBOOK.
É uma questão difícil. Eu acredito na liberdade de informação. É o que fez a web ser tão grande . Parece também ser um direito básico: acesso à informação (e à internet facilitou isso como nunca antes). Mas a partir do momento que as grandes organizações detiverem o poder sobre as análises de conjunto de dados de usuários COM FINS COMERCIAIS pode haver conflito.
Proponho alguns axiomas simples para organizar esse mercado de informações na REDE:
1) Ao disponibilizar dados e análises de clientes a venda, a responsabilidade pelo mau uso dessas informações deve ser das organizações que fornecem esses dados.
2) Acesso as análises de seus próprios dados deve ser um dado. Fornecido sem custo ao usuário;
3) As receitas das organizações em rede podem ser parcialmente obtida com venda de dados dos comportamentos dos usuários, desde que não interfira na navegação;
Essas regras básicas abririam caminho para a possibilidade de monetizar a rede. Os axiomas ainda precisam ser melhor estruturados, mas esse parece ser o caminho.
Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez -> http://que-midia-e-essa.blogspot.com/
ramirogon@uol.com.br
Autor: Mídias e Negócios e QUE CRISE É ESSA?
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
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