AMANHÃO DEBATE NA FEA / FIA
A teoria das multidões formulada por Gustavo Le Bon explica em parte o crescimento das redes colaborativas. Ele estudava o comportamento do indivíduos dentro das multidões. Fica claro ao ler a obra que tinha uma visão pessimista sobre o compertamento coletivo. Mas isso foi em 1894...
Parece que a multidão tem agora um comportamento mais positivo. O surgimento da Wikipedia, com todos os seus defeitos, mostrou que envolver o indivíduo na geração de conhecimento pode ser um poderoso aliado a educação.
Agora temos um outro autor James Surowieck - A Sabedoria das multidões - que mostra como propriedades das redes podem aperfeiçoar o conhecimento ou até trazer soluções inovadoras. As principais propriedades que favoressem a construção de conhecimento coletivo - diversidade e descentralização (não há líder) - mostram que é mais eficiente que o conhecimento do especialista (indivíduo).
Mas nem tudo é tão simples assim...
Participei recentemente de um processo de construção de conhecimento com a técnica de DESCONFERÊNCIA: Não há líder, o grupo determina o foco e o escopo do problema a ser resolvido. A princípio as vantagens são claras: engajamento, participação e interesse extremos. Generosidade em compartilhar informações e conhecimento.
Entretanto o grupo se perdeu, ficou sem foco e solicitou a mediação. Fiquei em dúvida se o mediador seria o líder... Mas não desisti do experimento.
O que ficou claro é que nas circunstâncias certas, o conhecimento em rede é melhor para tomar decisões ou inovar. Parece um sonho distante?
Já existe a experiência no Brasil de uma agência de publicidade colaborativa (www.zoopa.com). Formada por 60 mil participantes que produzem peças publicitárias para anunciantes. As melhores são premiadas pelos anunciantes.
A FIAT também inovou ao solicitar o conhecimento das multidões para desenhar o FIAT MIO. O veículo foi criado pelos usuários e será exposto no próximo salão do automóvel.
Fica claro que estamos num momento de RUPTURA. As empresas tradicionais têm enorme dificuldade em aceitar este modelo pois se baseiam no conhecimento HIERÁRQUICO.
E como em toda ruptura não está claro como o novo substituirá o antigo.
Como criar redes de colaboração internas? Como fazer gerentes e diretores abrirem mão de seu poder? Como manter o processo funcionando de forma perene?
São desafios ainda não respondidos que serão debatidos no dia 17 de junho com Unilever e Santander.
BLOG DO EVENTO: http://que-midia-e-essa.blogspot.com/
Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Muito bom texto.
ResponderExcluir;)