Adiantamos aqui no blog no tópico "UMA DISPUTA SILENCIONA NAS MÍDIAS" que haveria mudanças no setor de plataformas de MÍDIA
A FOLHA DE SÃO PAULO de hoje 17 agosto, traz matéria (vejam a integra - apenas assinantes)
Estamos ou não debatendo um assunto pertinente e atual?
Christian: lembra de nosso debate na Livraria Cultura sobre acesso a capitais externos nas mídias?(item 1)
Milena: Produção de conteúdo nacional. Lembra que comentamos que o pessoal do DISCOVERY nos procurou na USP para documentário mundial para os preparativos da copa? (item 2)
Patriarca: como havíamos debatido a convergência não é tecnológica, é de modelos de negócios (3)
Congresso libera TV a cabo para as teles
Com a mudança, as operadoras de telefonia fixa vão poder controlar empresas de televisão por assinatura Nova lei também acaba com restrição a estrangeiros; Embratel poderá assumir Net, e Telefônica, a TVA
SOFIA FERNANDES
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
O Senado aprovou ontem o projeto de lei que abre o mercado de TV a cabo para as empresas de telecomunicações(1) nacionais e estrangeiras e define (2) cotas nacionais de programação.
O texto vai a sanção presidencial. O projeto unifica a regulamentação de (3) TV por assinatura, seja via satélite, cabo ou micro-ondas, e derruba a legislação específica para TV a cabo hoje em vigor.
A atual lei do cabo proíbe que teles estrangeiras controlem TV a cabo. As nacionais também eram proibidas, mas a Anatel estava mudando essa determinação.
Agora, as teles ficarão legalmente liberadas para controlar empresas do setor. Com isso, o governo espera ampliar a competição de TV por assinatura, baratear o serviço e usar o negócio como um vetor de crescimento de conexões à banda larga.
As empresas de telefonia fixa poderão vender os chamados "combos" de TV paga, telefone e banda larga. O projeto, porém, mantém as teles fora do processo de produção de conteúdo.(QUEM FARÁ O CONTEÚDO?)
O projeto de lei define ainda cotas para produção nacional. Os canais deverão veicular três horas e meia por semana de conteúdo produzido no Brasil das 18h às 22h.
Há ainda a determinação de que metade da cota nacional seja produzida por empresas que não sejam vinculadas a grupos de radiodifusão (quem fará?). Será um total semanal de uma hora e 45 minutos de programação independente.
O texto, que tramitava havia quatro anos, determina à Ancine a função de verificar o cumprimento dessa meta de veiculação de conteúdo brasileiro e independente. O papel da agência foi a principal crítica da oposição.
O senador José Agripino Maia (DEM-RN) afirmou que, apesar de votar a favor do projeto, entrará com uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra a atribuição de tarefas à Ancine.
O relator do projeto, senador Walter Pinheiro (PT-BA), afirmou que não há delegação de funções novas à Ancine, que já tem a tarefa de regulação do setor.
O texto foi aprovado no Senado sem modificações. O projeto acaba com o limite de participação estrangeira no setor de TV a cabo no país, que era limitado a 49%.
CONSOLIDAÇÃO
O mercado já aposta em mudanças no setor com a aprovação da lei. O negócio mais esperado é a troca de comando na Net, hoje controlada pelas Organizações Globo. O empresário mexicano Carlos Slim e dono da Embratel, sócio na TV a cabo, deve assumir o controle da empresa.
A Telefônica deverá assumir o controle da TVA. Para a empresa, o cliente ganhará com a maior concorrência. "O principal beneficiado será o consumidor, que terá à disposição um leque maior de opções de provedores ofertando TV por assinatura", diz a empresa. Net e Oi não se pronunciaram.
Colaborou ALESSANDRA KIANEK, de São Paulo