quarta-feira, 22 de setembro de 2010

GLOBO e ABRIL passam a disputar audiência com telefônicas

Estamos acompanhando a progressiva invasão das corporações de mídias em novos territórios.
Um território (plataforma) que não para de crescer é o celular. Este ano o número de celulares ativos passará a população brasileira.
Discretas movimentações mostram a importância desses novos territórios.

A notícia que o IBOPE irá medir audiência de emissoras de TV no Brasil em aparelhos celulares é importante para entender o futuro dos modelos de negócios nas mídias.

O IBOPE só iria introduzir esta pesquisa se houvesse demanda por parte de anunciantes e veículos. Nesse caso o veículo passa a ser também empresa de telefonia.
Na disputa pela audiência há mais um ator: a empresa de telefonia.

Apesar da medição ser apenas em sinais de TV digital e não no analógico, não tira o conceito básico da ferramenta: audiência de TV ABERTA em aparelhos celulares.

Sabemos que o número de consumidores que assistem à TV digital em celulares é pequeno. Como também era zero o número de usuários do facebook em 2002 ou do twitter em 2005.

O IBOPE inova ao propor uma nova metodologia para medir audiência para TV: o Dib 6. O aparelho identifica o programa escolhido pelo telespectador e não a emissora, como na tecnologia atual.
O novo método se aplica a TV on demand, cuja programação fica disponível ao telespectador a qualquer hora.

TV ON DEMAND, TV NO CELULAR. O FUTURO CHEGA SEM PERCEBERMOS.

Vamos continuar investigando e pesquisando o assunto.

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br
Autor: Mídias e Negócios

terça-feira, 21 de setembro de 2010

GLOBO E ABRIL disputam OOH - Parte 2

As razões estratégicas que levaram GLOBO e ABRIL a crescer inorganicamente nas plataformas OOH são as constantes apropriações de audiência pelas mídias ON LINE.

O GOOGLE informou durante a entrega do prêmio CW 300 Maiores de TI e Telecom, da COMPUTERWORLD,
que o lançamento da Google TV será em novembro 2010.
Os fornecedores, Logitech e Sony, estão lutando para entregar nos prazos infraestrutura e aplicativos que serão o suporte da ferramenta.

O primeiro pré-teste será o Revue, primeiro set-top box para Google TV, em outubro 2010. E o GOOGLE não está só.
A Apple TV também quer lançar-se ao mercado ainda esse ano.
Aqui GLOBO e ABRIL buscam plataformas novas . Lá APPLE e GOOGLE buscam territórios nas plataformas tradicionais. Essa aparente confusão é uma estratégia muito bem pensada das corporações de comunicação. Uma única plataforma não garante modelo de negócios para ninguém.
O paradoxo é que mesmo APPLE e GOOGLE precisam invadir os territórios das mídias tradicionais para crescer e garantir lucratividade no futuro.

Como debatido na FEA essas forças de mercado podem destruir valor (e conhecimento) durante a construção de um novo modelo de negócios para comunicação.

Um exemplo desta destruição (criativa? positiva? )é proposta da revista TRIP criar uma edição totalmente colaborativa. Houve uma enorme repercussão negativa entre os profissionais que geram conteúdo. O conflito é claro: por que pagar se o conteúdo é produzido gratuitamente por centenas de colaboradores? Esse modelo pode derrubar as remunerações de jornalistas, produtores de arte e fotógrafos?

Como abordado no livro MÍDIAS e NEGÓCIOS o futuro vêm chegando em pulsos ou espasmos. Revistas com conteúdo colaborativo, GOOGLE TV, geração de conteúdo gratuito...
Este ano está mostrando um mercado em convulsão (em ambos os sentidos).

A ironia é que a TV ABERTA acaba de comemorar 60 anos...

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br
Autor: Mídias e Negócios

sábado, 18 de setembro de 2010

GLOBO e ABRIL brigam pela audiência no METRÔ, ÔNIBUS e ELEVADOR

De forma discreta vão se avolumando evidências que os territórios das mídias sempre claramente definidos vão perdendo suas fronteiras.
Num post anterior apresentei uma (possível?) estratégia de novo modelo de negócios para a ABRIL ao comprar a ELEMÍDIA. Líder na audiência OOH.

SABEMOS QUE É CADA VEZ MAIS DIFÍCIL RETER A AUDIÊNCIA DURANTE OS INTERVALOS COMERCIAIS (os famigerados efeitos Zapping, Surfing e Afastamento)

O desafio hoje é encontrar momentos onde seja possível reter a audiência nos intervalos. Isso acontece acontece quando a atenção do usuário sofre poucos estímulos. Esses momentos mágicos ocorrem quando o usuário (em tese) não tem outra opção a não ser ver os comerciais. Numa época de celular e web competindo pela atenção, esses momentos de atenção concentrada (cada vez mais raros) são encontrados no METRO, ÔNIBUS e elevadores.

Nada mais inteligente que propor conteúdo (e vender anúncios) por estes canais.
Aparentemente sem ser um desafio direto entre as organizações, parece que a GLOBO e a ABRIL começam a disputar este território. Há também um motivo mercadológico: o estrondoso crescimento da Classe C (corresponde às famílias que tenham renda mensal de R$ 1.126 a R$ 4.854 )que já é mais de 40% da população e é grande usuária desta plataforma.

Por isso não é de se estranhar a decisão da Globo de transmitir sua programação em
10 estações de metrô de São Paulo até o fim de setembro e 52 até o fim do ano.

A estimativa é chegar a uma audiência no METRÔ quatro milhões de passageiros por dia.
Isso também será feito pala BUS TV em 600 ônibus em São Paulo.
Evidente os investimentos são altíssimos, mas demonstra que a estratégia de longo prazo é evitar concentrar RECEITAS nas plataformas tradicionais.

Talvez sem imaginar a GLOBO e a ABRIL tentarão capturar a mesma audiência no transporte ou em elevadores dentro das empresas.
Consequências: novos formatos de conteúdo, novos tempos de intervalo e super exposição.

É interessante monitorar os resultados.

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br
Autor: Mídias e Negócios

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Mudanças nas mídias -> um uso útil das redes sociais

Sabemos que está ocorrendo uma migração das verbas publicitárias das mídias tradicionais para o PDV e para as novas plataformas.

Isso já vem acontecendo já há alguns anos e tem se intensificado nos últimos 2 anos. Especialmente com a chegada das redes sociais ao sortimento de opções de plataformas.

Nas grandes corporações existe uma resistência ao uso de redes sociais. É natural que seja assim. Existe uma zona de conforto no uso das mídias tradicionais. Soma-se a isso que as experiências com redes sociais tendem a ser defensivas -> estar presente para evitar detratores. Algumas empresas como a UNILEVER utilizam o SAC em redes sociais para iniciar o relacionamento de modo inteligente e pouco intrusivo.

As ações inovadoras nas redes sociais são ainda experiências nos usos dessa plataforma.
Foi com surpresa que acabo de acessar a Rede CAMINHOS & ESCOLHAS do SANTANDER.

Esta rede social faz uma interessante integração entre o público e o conteúdo.
Vale a pena conferir ->http://www.caminhoseescolhas.com.br/

Mas ainda é uma experiência. Precisamos acompanhar para avaliar resultados objetivos.
De qualquer forma mais uma plataforma que mina recursos das mídias tradicionais.

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br
Postado por Ramiro Gonçalez às 1

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A INTEGRAÇÃO DAS MÍDIAS CONTINUA

Mês passado a revista WIRED publicou um artigo com o título “A web está morta. Longa vida para a internet”.
Dois autores consagrados de livros – Cris Anderson e Michael Wolff fizeram a provocação.
Apesar do título sensacionalista, o texto dá o que o pensar. Primeiro ao apresentar uma diferença semântica entre WEB e Internet.

Segundo os autores a WEB é domínio das soluções de busca e a Internet é o domínio da distribuição da informação. Claro que é preciso ser muito rigoroso conceitualmente para admitir essa distinção entre Web e Internet.

Mas vamos considerar que exista essa diferença entre a WEB e a Internet, quais seriam as implicações futuras?
Segundo Anderson e Wolff essa anarquia e democracia existente na Web tem um fim próximo devido a uma única razão: não traz ROI.

Como largamente debatido no meu livro “Mídias e Negócios” o futuro das plataformas está atrelada aos modelos de negócios que as financiam. A constatação dos autores não é nenhuma novidade. O que parece ser uma leitura inteligente deles é que o mercado irá buscar soluções de modelos de negócios na distribuição da informação (que eles chamam de Internet).
O exemplo lapidar deles é o FACEBOOK. Esta ferramenta dissocia seus usuários da WEB. Ele os captura e os mantém o máximo possível dentro de seus domínios.
É uma idéia polêmica, mas interessante. Criar territórios e manter os usuários o máximo possível dentro deles.
Isso já é feito a exaustão pelas mídias tradicionais. As TVs abertas já fazem isso ao vender patrocínio, por exemplo, do BBB.
NOVOS TERRITÓRIOS PARA AS MÍDIAS TRADICIONAIS

Mais do que manter territórios as TVs Abertas estão criando novos territórios - como a Rede Globo que criou a BUS TV com conteúdo de entretenimento e jornalismo.
A tecnologia digital permite que o passageiro de ônibus assista a programação em real time. Isso será levado brevemente as companhias aéreas, sendo que já existe uma negociação REDE GLOBO com a TAM. E não é só a Globo.

O Grupo ABRIL –o mais importante do Brasil em revistas anunciou - em outubro 2010 -que adquiriu o controle de 70% da Elemídia. Mas quem é? O que faz a Elemídia?
A Elemídia é importante ator num setor que cresce 8% ao ano no Brasil: a mídia digital out of home.
Ao entrar no elevador de num grande edifício e assistir notícias e vídeos em um monitor você estará sendo atingido pela mídia OOH.
Neste sentido o Grupo Abril deu mais um passo na integração das mídias. Conteúdo das revistas num elevador, num outro formato.
E não ficou só nisso: a Abril disponibilizou o conteúdo de VEJA para iPad em 4 de setembro último.
Basta fazer o download da VEJA a partir de uma “banca virtual” (ereader), por meio de um aplicativo gratuito, com o mesmo preço da banca (R$8,90) .

Como abordado no livro “MÍDIAS E NEGÓCIOS” a integração das diferentes plataformas ao modelo de negócios será o caminho das grandes corporações de mídia.
Neste sentido as ações da ABRIL mostram uma estratégia consistente em abrir novas frentes através de várias plataformas.

As razões estratégicas que levaram GLOBO e ABRIL a crescer inorganicamente nas plataformas OOH são as constantes apropriações de audiência pelas mídias ON LINE.
Caminhamos para uma TV aberta que será a soma de pequenas audiências nas mais diversas plataformas.

Parece ser uma solução interessante para a pergunta que lançamos no livro “Mídias e Negócios”: o vendaval WEB rouba audiência das plataformas tradicionais, mas não gera receitas na mesma proporção. Como resolver isso?
As soluções apontam para uso de múltiplas plataformas. Por isso o nascimento de uma nova profissão: o gestor e jornalista transmídia. Fiquem atentos, pois o futuro vem surgindo aos poucos.
A ironia é que a TV ABERTA acaba de comemorar 60 anos...

Prof Ramiro Gonçalez
Inteligência de Mercado e Mídias – FIA- USP / UFPR
Autor dos livros: QUE CRISE É ESSA? MÍDIAS e NEGÓCIOS
Mestre em Ciências da comunicação USP
Engenheiro Produção – POLI
Responsável Inteligência de Mercado – FIA USP
Fundador do Grupo de Engenheiros de Produção da Poli
Membro Conselho editorial ABA – ABEP

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

WEB e INTERNET SÃO ANIMAIS DIFERENTES?

Mês passado a revista WIRED publicou um artigo com o título “A web está morta. Longa vida para a internet”. Dois autores consagrados de livros – Cris Anderson e Michael Wolff fizeram a provocação.
Apesar do título sensacionalista, o texto dá o que o pensar. Primeiro ao apresentar uma diferença semântica entre WEB e Internet.

Segundo os autores a WEB é domínio das soluções de busca e a Internet é o domínio da distribuição da informação. Claro que é preciso ser muito rigoroso conceitualmente para admitir essa distinção entre Web e Internet.

Mas vamos considerar que exista essa diferença entre a WEB e a Internet, quais seriam as implicações futuras?
Segundo Anderson e Wolff essa anarquia e democracia existente na Web tem um fim próximo devido a uma única razão: não traz ROI. Como largamente debatido no livro “Mídias e Negócios” o futuro das plataformas está atrelada aos modelos de negócios que as financiam. A constatação dos autores não é nenhuma novidade. O que parece ser uma leitura inteligente deles é que o mercado irá buscar soluções de modelos de negócios na distribuição da informação (que eles chamam de Internet).
O exemplo lapidar deles é o FACEBOOK. Esta ferramenta dissocia seus usuários da WEB. Ele os captura e os mantém o máximo possível dentro de seus domínios.
É uma idéia polêmica, mas interessante. Criar territórios e manter os usuários o máximo possível dentro deles.
Isso já é feito a exaustão pelas mídias tradicionais. As TVs abertas já fazem isso ao vender patrocínio, por exemplo, do BBB.
Mais do que manter territórios as TVs Abertas estão criando novos territórios - como a Rede Globo que criou a BUS TV com conteúdo de entretenimento e jornalismo.
A tecnologia digital permite que o passageiro de ônibus assista a programação em real time. Isso será levado brevemente as companhias aéreas, sendo que já existe uma negociação REDE GLOBO com a TAM.
Caminhamos para uma TV aberta que será a soma de pequenas audiências nas mais diversas plataformas.

Parece ser uma solução interessante para a pergunta que lançamos no livro “Mídias e Negócios”: o vendaval WEB rouba audiência das plataformas tradicionais, mas não gera receitas na mesma proporção. Como resolver isso?
As soluções apontam para uso de múltiplas plataformas. Por isso o nascimento de uma nova profissão: o gestor de transmídia. Fiquem atentos, pois o futuro vem surgindo aos poucos.

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br