Vem passando despercebida o modelo de geração de conteúdos do WikiLeaks. Para quem não está acompanhando: O wikileaks divulgou na semana passada notas e relatórios de soldados envolvidos na Guerra do Iraque.
Entrei no site para entendê-lo melhor. Quem tiver curiosidade: http://www.wikileaks.org/wiki/Wikileaks
O que tem isso a ver com o debate sobre o futuro das mídias?
O modo como este conteúdo gerado é totalmente não usual (anti-ético ?) e mostra como estamos em um momento de ruptura. O futuro vem em saltos.
Mas como funciona o Wiki leaks?
O criador do Wiki Leaks - Julian Assange - vem publicando desde julho de 2007 informações que ele diz serem importantes para preservar a democracia.
.. could become as important a journalistic tool as the Freedom of Information Act.„
— parece que o Time Magazin concorda, pois há uma citação na página inicial do site.
O WikiLeaks continua uma tradição de revelar na internet informações que o grande público não tem acesso. Informações que muitas vezes ficam restritas aos editores de jornais e revistas. Um dos primeiros eventos com este conceito foi o affair do presidente Bill Clinton com a estagiária Monica Lewinsky em 1998.
Sua coleta de dados parece ter um método: há uma extensa verificação dos dados colhidos e a proteção de suas fontes. O que é surpreendente é que ele apareceu justamente quando as mídias estão em crise e com redução da capacidade de investir em jornalismo investigativo.
Mídias tradicionais como o inglês "Guardian"e o alemão "Der Spiegel" parecem homologar o trabalho ao divulgar as informações do WikiLeaks. O que conquistou os repórteres é a transparência radical da divulgação de documentos originais.
Os desdobramentos nos vetores do futuro das mídias são significativos: Esta é uma alternativa à Geração de conteúdo tradicional? O canal de distribuição é a WEB com apoio das mídias tradicionais? O que sustenta o modelo de negócios? Quais os impactos no direito internacional?
Reconheço que tentar imaginar os impactos da Wikileaks vão além do conhecimento que possuo. Mas é exatamente isso que a torna interessante.
Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br
quarta-feira, 28 de julho de 2010
terça-feira, 27 de julho de 2010
new york times encontra solução p. crise?
O FINANCIAL TIMES acaba de divulgar que o tradicional americano -New York Times- reverte a tendência de queda nas receitas com um aumento de 18% nos anúncios on line.
Debatemos bastante essa possibilidade nos eventos FEA-FIA de maio e junho 2010. O jornalismo investigativo poderia ser financiado pela própria operação on line dos jornais. Seria uma alternativa à queda dos volumes dos anúncios impressos.
No caso do New York Times a publicidade on line já responde por mais de 25% do faturamento do grupo. É uma notícia bem-vinda, tendo em vista as enormes dificuldades financeiras enfrentadas pelo NYT.
Parece prematuro acreditar que esta será a saída definitiva para as mídias. A cobrança por conteúdo parece ser parte dessa equação.
Continuamos monitorando as movimentações.
Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br
Debatemos bastante essa possibilidade nos eventos FEA-FIA de maio e junho 2010. O jornalismo investigativo poderia ser financiado pela própria operação on line dos jornais. Seria uma alternativa à queda dos volumes dos anúncios impressos.
No caso do New York Times a publicidade on line já responde por mais de 25% do faturamento do grupo. É uma notícia bem-vinda, tendo em vista as enormes dificuldades financeiras enfrentadas pelo NYT.
Parece prematuro acreditar que esta será a saída definitiva para as mídias. A cobrança por conteúdo parece ser parte dessa equação.
Continuamos monitorando as movimentações.
Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br
domingo, 18 de julho de 2010
REDES SOCIAIS: Ate onde isso pode chegar?
Em nosso debate na FIA / FEA USP de 17 junho pudemos ter visoes distintas (e algumas antagonicas) sobre o uso das Redes Sociais. Essa diversidade de conceitos sera muito util para inventar um novo futuro dos usos das midias.O evento foi enfatico (e teve unanimidade)ao estabelecer -entre todos os debatedores- que nao existem formulas para o novo uso das midias.Agora fui surpreendido (ja nao deveria mais ficar...) com um evento inusitado em que fui envolvido de forma casual. Em recente viagem para Europa fui avisado durante o voo que os passageiros poderiam desfrutar de uma "REDE SOCIAL" no voo.
Como isso funciona? Simples . Aquela telinha na cadeira agora possui um pequeno PC conectado em rede com todos os passageiros. Qual a utilidade? No inicio vi apenas que havia games e uma crianca de 11 anos -na poltrona a frente- jogava de forma vibrante com alguem 4 fileiras na frente. Entediado com as mais de 10 H de viagem, fiquei mexendo no computador e descobri uma rede social para os passageiros. Eles a utilizavam para conversar sobre o clima da cidade destino, sobre opcoes de lazer, dicas de shows e espetaculos, eventos academicos (aproveitei um justamente sobre MIDIAS SOCIAIS)e regime monetario de varios paises europeus.
Vejam que o futuro chega mais rapido do que podemos pensa-lo. E como ele esta sendo uma ruptura. Num voo o maximo que conseguiriamos fazer seria amizade com o passageiro da poltrona ao lado. Agora ha a possibilidade de conversar com qualquer passageiro (de forma nao intrusiva).
A ruptura nas MIDIAS e isso: uma forma unusual de fazer algo usual - conversar num voo.
(PS 1- Por razoes tecnologicas alem de minhas habilidades, no teclado que digito esta mensagem nao existe a possibilidade de acento e outros caracteres. Peco desculpas aos leitores, mas nao gostaria de deixar passar esta novidade mesmo com um texto sem acentuacao)
(PS 2- Alguns CRUZEIROS ja criam REDES SOCIAIS para os clientes entrarem antes da viagem e ja estabelecerem contatos)
(PS 3- Email, sites e portais parecem cada vez mais "coisa de tiozao")
Como isso funciona? Simples . Aquela telinha na cadeira agora possui um pequeno PC conectado em rede com todos os passageiros. Qual a utilidade? No inicio vi apenas que havia games e uma crianca de 11 anos -na poltrona a frente- jogava de forma vibrante com alguem 4 fileiras na frente. Entediado com as mais de 10 H de viagem, fiquei mexendo no computador e descobri uma rede social para os passageiros. Eles a utilizavam para conversar sobre o clima da cidade destino, sobre opcoes de lazer, dicas de shows e espetaculos, eventos academicos (aproveitei um justamente sobre MIDIAS SOCIAIS)e regime monetario de varios paises europeus.
Vejam que o futuro chega mais rapido do que podemos pensa-lo. E como ele esta sendo uma ruptura. Num voo o maximo que conseguiriamos fazer seria amizade com o passageiro da poltrona ao lado. Agora ha a possibilidade de conversar com qualquer passageiro (de forma nao intrusiva).
A ruptura nas MIDIAS e isso: uma forma unusual de fazer algo usual - conversar num voo.
(PS 1- Por razoes tecnologicas alem de minhas habilidades, no teclado que digito esta mensagem nao existe a possibilidade de acento e outros caracteres. Peco desculpas aos leitores, mas nao gostaria de deixar passar esta novidade mesmo com um texto sem acentuacao)
(PS 2- Alguns CRUZEIROS ja criam REDES SOCIAIS para os clientes entrarem antes da viagem e ja estabelecerem contatos)
(PS 3- Email, sites e portais parecem cada vez mais "coisa de tiozao")
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Modelos de Negócios para Mídias Sociais
Como parte da contribuição ao debate sobre remuneração do jornalismo (e geradores de conteúdo) trago uma proposta para discussão: Remuneração ao ‘Jornalismo de mediação’.
Uma das características do uso eficaz do Twitter é escolha de quem seguir. Trata-se de um modo indireto de eleger um “mediador” de conteúdos. Embora o termo “mediador” pode ser redundante ao tratar de “mídia”, o conceito em sua essência é o que se busca ao escolher alguém no twitter. O jornalista pode ter esta função.
O usuário mostrou em uma pesquisa realizada por nós que escolhe quem seguir pela sua capacidade em escolher e selecionar conteúdos relevantes e pertinentes sob determinados assuntos.
Se está interessado em mercados de capitais, cultura, política ou esportes, o usuário não escolhe o mais profícuo gerador de conteúdos nestes temas. Ele escolhe aquele que tem a habilidade em selecionar um sortimento de conteúdo, muitas vezes antagônicos, sobre um tema específico para o usuário.
Encharcado pela inundação de informações ele procura um “editor” para cada assunto de seu interesse.
Trata-se do PERSONAL TWITTLIST. Alguém que sabe encontrar e escolher assuntos de um tema de interesse para o usuário. O raciocínio por trás dessa hipótese central é que no processo de amadurecimento do uso do TWITTER o expurgo natural de várias fontes irá trazer um editor para cada assunto de interesse.
A pesquisa também aponta que há a possibilidade do seguidor remunerar o seguido por esta habilidade. Seria este um dos cenários futuros para outra corrente de jornalismo?
O editor de assuntos nas redes sociais? Seria uma carreira paralela ao jornalismo investigativo?
Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br
Uma das características do uso eficaz do Twitter é escolha de quem seguir. Trata-se de um modo indireto de eleger um “mediador” de conteúdos. Embora o termo “mediador” pode ser redundante ao tratar de “mídia”, o conceito em sua essência é o que se busca ao escolher alguém no twitter. O jornalista pode ter esta função.
O usuário mostrou em uma pesquisa realizada por nós que escolhe quem seguir pela sua capacidade em escolher e selecionar conteúdos relevantes e pertinentes sob determinados assuntos.
Se está interessado em mercados de capitais, cultura, política ou esportes, o usuário não escolhe o mais profícuo gerador de conteúdos nestes temas. Ele escolhe aquele que tem a habilidade em selecionar um sortimento de conteúdo, muitas vezes antagônicos, sobre um tema específico para o usuário.
Encharcado pela inundação de informações ele procura um “editor” para cada assunto de seu interesse.
Trata-se do PERSONAL TWITTLIST. Alguém que sabe encontrar e escolher assuntos de um tema de interesse para o usuário. O raciocínio por trás dessa hipótese central é que no processo de amadurecimento do uso do TWITTER o expurgo natural de várias fontes irá trazer um editor para cada assunto de interesse.
A pesquisa também aponta que há a possibilidade do seguidor remunerar o seguido por esta habilidade. Seria este um dos cenários futuros para outra corrente de jornalismo?
O editor de assuntos nas redes sociais? Seria uma carreira paralela ao jornalismo investigativo?
Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br
quinta-feira, 1 de julho de 2010
COMO REMUNERAR O JORNALISMO
PESQUISANDO O ASSUNTO HÁ 18 MESES E OUVINDO JORNALISTAS, USUÁRIOS E ANUNCIANTES, ALGUMAS POSSIBILIDADES PARA REMUNERAÇÃO DO JORNALISMO.
Sabemos que o jornalismo tradicional não acabou, apenas firmou-se como fonte de informações e ampliou sua credibilidade, tornando-se a referência em informações. Nossas análises confirmam que as melhores formas de comunicação online estão subordinadas ao conteúdo das mídias tradicionais.
O que não parece estar resolvido é o modelo de negócios que irá sustentar o jornalismo investigativo e a produção de conteúdo qualificado. Nossos estudos apontam para uma hipótese central: o conteúdo de qualidade deverá ser pago pelo usuário. Isso é uma forma de manter a independência e a isenção de quem produz ( Um autor ou gerador de conteúdo pode ter um viés para quem financia sua produção).
No debate organizado pelos professores da FEA USP no último dia 17 de junho, fizemos questão de trazer o fundador da revista Piauí – João Moreira Salles. Trata-se de um ideólogo do jornalismo investigativo (ou jornalismo literário). De modo objetivo e simples defendeu a importância do tema, mas reconhece a dificuldade em encontrar soluções de negócios para o assunto.
Para tentar jogar alguma luz, tento abaixo construir um esboço de proposta para remuneração do jornalismo investigativo.
Os princípios para geração de recursos e direito autoral sobre conteúdo seriam:
1) O usuário é o principal financiador do conteúdo: isso é garantia de um processo isento e como diz o Prof Grisi expurga os grupos de interesse;
2) O conteúdo fica disponível para cópia 72 h depois de publicado: Este é o ponto mais polêmico desta proposta. Acompanho atentamente os estudos do Prof. Matuck (ECA USP) sobre direito autoral e virtual e vejo a dificuldade em se controlar a reprodução do conteúdo. O conceito básico é o mesmo de uma mídia impressa, depois de comprado o conteúdo pode ser emprestado. (exemplo: revistas num consultório médico);
3) Ao utilizar um conteúdo é obrigatória a indicação da fonte: parece-me razoável que os créditos autorais sejam devidamente indicados;
4) O conteúdo deve ser disponibilizado na íntegra: Outro ponto polêmico. A ideia neste conceito é que o autor produziu uma obra indivisível e ao copiá-la, reduzi-la ou editá-la, pode-se adulterar o conteúdo produzido.
São apenas propostas que estarão em nosso livro “Mídias e Negócios” e apresentados em primeira mão aqui no blog.
Nota: se alguém quiser utilizar os conceitos, pode ficar a vontade. Desde que siga os princípios de divulgação de conteúdo acima propostos.
Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br
Sabemos que o jornalismo tradicional não acabou, apenas firmou-se como fonte de informações e ampliou sua credibilidade, tornando-se a referência em informações. Nossas análises confirmam que as melhores formas de comunicação online estão subordinadas ao conteúdo das mídias tradicionais.
O que não parece estar resolvido é o modelo de negócios que irá sustentar o jornalismo investigativo e a produção de conteúdo qualificado. Nossos estudos apontam para uma hipótese central: o conteúdo de qualidade deverá ser pago pelo usuário. Isso é uma forma de manter a independência e a isenção de quem produz ( Um autor ou gerador de conteúdo pode ter um viés para quem financia sua produção).
No debate organizado pelos professores da FEA USP no último dia 17 de junho, fizemos questão de trazer o fundador da revista Piauí – João Moreira Salles. Trata-se de um ideólogo do jornalismo investigativo (ou jornalismo literário). De modo objetivo e simples defendeu a importância do tema, mas reconhece a dificuldade em encontrar soluções de negócios para o assunto.
Para tentar jogar alguma luz, tento abaixo construir um esboço de proposta para remuneração do jornalismo investigativo.
Os princípios para geração de recursos e direito autoral sobre conteúdo seriam:
1) O usuário é o principal financiador do conteúdo: isso é garantia de um processo isento e como diz o Prof Grisi expurga os grupos de interesse;
2) O conteúdo fica disponível para cópia 72 h depois de publicado: Este é o ponto mais polêmico desta proposta. Acompanho atentamente os estudos do Prof. Matuck (ECA USP) sobre direito autoral e virtual e vejo a dificuldade em se controlar a reprodução do conteúdo. O conceito básico é o mesmo de uma mídia impressa, depois de comprado o conteúdo pode ser emprestado. (exemplo: revistas num consultório médico);
3) Ao utilizar um conteúdo é obrigatória a indicação da fonte: parece-me razoável que os créditos autorais sejam devidamente indicados;
4) O conteúdo deve ser disponibilizado na íntegra: Outro ponto polêmico. A ideia neste conceito é que o autor produziu uma obra indivisível e ao copiá-la, reduzi-la ou editá-la, pode-se adulterar o conteúdo produzido.
São apenas propostas que estarão em nosso livro “Mídias e Negócios” e apresentados em primeira mão aqui no blog.
Nota: se alguém quiser utilizar os conceitos, pode ficar a vontade. Desde que siga os princípios de divulgação de conteúdo acima propostos.
Prof Ramiro Gonçalez - FIA
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