segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Monetizar a rede social ?

Minhas PESQUISAS na FIA USP sempre rendem frutos. Foi assim com o livro “Mídias e Negócios” e agora com o livro “Monetizar a rede social?“.
A premissa inicial do livro é baseada na “ procura pelos grandes distribuidores da informação por formas de gerar receitas para produtores de conteúdo” e acreditamos que será a tônica dos próximos anos. A recente notícia, sobre o acordo feito pelo YOUTUBE na França para remunerar os produtores de vídeo, dá pistas do caminho escolhido.

A Busca por receitas no mundo on line

A forma inicial de buscar receitas através de anúncios parece não ter sido eficiente. A conclusão de quem estuda modelos de negócios para as redes é que monetizar a rede será feito através da enorme riqueza de dados que as redes sociais podem acessar.
É onde está o dinheiro (o que provavelmente irá deixar os defensores da privacidade muito insatisfeitos). Esse conflito de interesses estaria resolvido se o usuário pagasse pelo acesso as redes sociais. Mas todas as pesquisadas realizadas mostram que esta possibilidade não existe (como foi gratuito desde o início, passar a cobrar gera enorme rejeição). Mais do que uma rejeição “ser gratuito parece ser um dogma nas redes sociais”. Portanto usuário deverá (já o faz) abrir mão de parte de sua privacidade para garantir acesso gratuito as redes sociais.

Eu defendo inclusive que em blogs jornalísticos com altíssimo índide de comentários (i.e. blogs de política e de esportes) deveriam ser pagos. O PORTAL EXAME de certa forma já faz isso ao permitir que comentários sejam feitos apenas por assinantes. Você pode ler a matéria jornalística, mas interagir com o autor nos comentários apenas para assinantes.

A Moeda real da Rede -> DADOS DE COMPORTAMENTO

Twitter, Google e facebook juntos já caminham para obter receitas através da venda de “dados, informações, estudos e análises do comportamento” de seus usuários. Estes conjuntos de dados são a NOVA MOEDA.
Do ponto de vista do negócio é uma mera adaptação de seu modelo de receitas ajustado para vender informação gerada na rede social. Não será um caminho fácil.
Todos nós acompanhamos com freqüência como importantes dados para a mídia social foram tornados públicos e os problemas gerados principalmente pelo Facebook . Este causou agitação no início do ano quando permitiu que os usuários fizessem download de seus dados.

O que nós pesquisadores ainda não sabemos são as implicações de longo prazo de uma empresa como Facebook possuir a quantidade de dados que eles têm. Modelos matemáticos como equações estruturadas, data mining, análises de clustters e outros podem abrir novos usos (e fonte de receitas) para o FACEBOOK.
É uma questão difícil. Eu acredito na liberdade de informação. É o que fez a web ser tão grande . Parece também ser um direito básico: acesso à informação (e à internet facilitou isso como nunca antes). Mas a partir do momento que as grandes organizações detiverem o poder sobre as análises de conjunto de dados de usuários COM FINS COMERCIAIS pode haver conflito.

Proponho alguns axiomas simples para organizar esse mercado de informações na REDE:
1) Ao disponibilizar dados e análises de clientes a venda, a responsabilidade pelo mau uso dessas informações deve ser das organizações que fornecem esses dados.
2) Acesso as análises de seus próprios dados deve ser um dado. Fornecido sem custo ao usuário;
3) As receitas das organizações em rede podem ser parcialmente obtida com venda de dados dos comportamentos dos usuários, desde que não interfira na navegação;


Essas regras básicas abririam caminho para a possibilidade de monetizar a rede. Os axiomas ainda precisam ser melhor estruturados, mas esse parece ser o caminho.

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez -> http://que-midia-e-essa.blogspot.com/
ramirogon@uol.com.br
Autor: Mídias e Negócios e QUE CRISE É ESSA?

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Finalmente o TWITTER apresenta um concorrente para a PESQUISA QUALITATIVA

Acompanhamos com interesse as tentativas o Twitter em transformar sua enorme audiência em receitas.
No final do ano pasado o Twitter inventou o “tweet patrocinado”. Dados recentes mostram que o resultado dessa ação não empolgou. A questão permanece: Como tirar proveito da enorme comunidade que criou?
Muitas vezes a resposta é mais simples que parece. O Twitter percebeu que a análise dos dados dos usuários de seus serviços é o grande patrimônio que possui.
Através de uma parceria com a empresa GNIP (Visitem http://gnip.com/ “We deliver your online conversation data efficiently and reliably”.) ele passou a fornecer dados on line do comportamento dos clientes aos anunciantes. Aparentemente nada de novo. Monitoramente de redes sociais já é feito de no Brasil de forma pioneira ( E-LIFE).

UM CONCORRENTE DA PESQUISA QUALITATIVA
A GNIP parece ter como pano de fundo a estratégia de concorrer com a pesquisa qualitativa. Ao invés dos “focus group” e das “entrevistas em profundidade”- onde existem sérias restrições metodológicas (sempre houve o viés daquele que faz a mediação e interpreta os comportamentos dos pesquisados)- pegar o comportamento espontâneo do usuário da marca através de seus posts no Twitter.
Quem é usuário do twitter sabe que ele é uma medição interessante para ver “comportamentos por impulso”, “passionais” e “emocionais”. Quantos já não se arrependeram de um tweet 5 minutos de tê-lo enviado?
E é justamente esta característica do Twitter em eliminar a barreira racional dos comportamentos que interessa as empresas.
Absolutamente não se trata de desvalorizar a pesquisa Qualitativa, mas reconhecer que podem existir ferramentas complementares ou mais eficientes.
Durante muito tempo a pesquisa qualitativa reinou absoluta em muitas áreas - desenvolvimento de produto, inovação, análise de comunicação - parece que agora tem uma ferramenta para disputar essa liderança isolada.

Ficou interessado nesse serviço do Twitter?
A próxima pergunta seria: Quanto custa? As informações disponíveis no site do GNIP mostram que você pode ter acesso a 5% dos tweets de sua marca/empresa por R$ 60.000/ ano. Amostragem é um conceito que não envelhece. Sua empresa pode definir o target e os modelos de amostragem definem
o melhor grupo para ser monitorado.
Existem evidentes conflitos de interesse. O usuário vai ficar feliz ao saber que seus tweets estão sendo comercializados? Provavelmente não. Mas a ação é legal : quando o usuário aceita o Termo de Uso ele concorda com as regras.
A Microsoft e o Yahoo já compraram o pacote mais arrojado: US$ 360.000/ano para ter acesso a 50% dos tweets. Em tese, o serviço está a disponível para qualquer um
Interessante observar que o Twitter reserva o acesso a 100% para si próprio.

Parece ser uma interessante fonte de receitas. Ou vai se juntar ao GOOGLE? Vamos acompanhar.

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez -> http://que-midia-e-essa.blogspot.com/
ramirogon@uol.com.br
Autor: Mídias e Negócios e QUE CRISE É ESSA?

terça-feira, 23 de novembro de 2010

GOOGLE PREOCUPADO COM GERAÇÃO DE CONTEÚDO?

Blog MODOMÍDIA de Lanna Morais traz uma interessante informação: Google apresentou em julho para a Federal Trade Commission ideias para formatar um novo plano de negócios para os jornais.
GOOGLE virou mecenas do jornalismo? Acredito que NÃO.
Minha análise é que o GOOGLE percebeu que ao minar o modelo de negócios de quem produz conteúdo, (dados primários) como jornalistas e pesquisadores, ele pode estar dando um tiro no pé.
Remunerar bem quem produz conteúdo de qualidade é condição necessária para que haja conteúdo QUE NECESSITE DE BUSCA.

O GOOGLE entendeu que no modelo de negócios no qual decidiu atuar ele ORGANIZA, mas NÃO CRIA Conteúdo.

Destruir receitas de jornalismo, destrói conteúdo e ao final pode destruir modelo de negócios do próprio GOOGLE.
O documento apresentado ao Federal Trade Commission pode ter tido 2 motivações:
i) Caráter defensivo: proteger-se de ações por concorrência desleal;
ii) Estratégia de negócios: Fomentar a produção de conteúdo primário.

Destruir a fonte de conteúdo pode como consequência destruir o modelo de busca.

De qualquer forma ainda não foi descoberta a receita para combater o paradoxo: o on line rouba audiência do off line, mas não gera receitas na mesma proporção.

Quem tiver interesse em ver o documento na íntegra visite o Blog Modomídia : http://migre.me/2rftV

Vamos continuar debatendo o assunto.

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez -> http://que-midia-e-essa.blogspot.com/
ramirogon@uol.com.br
Autor: Mídias e NegóciosNo livro MÍDIAS E NEGÓCIOS

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

TWITTER SOFRE ASSÉDIO DO GOOGLE

Era inevitável. O Google não iria resistir a enorme audiência que o TWITTER tomou ao mercado.E o TWITTER precisa do dinheiro do GOOGLE

No livro MÍDIAS E NEGÓCIOS (Abril 2009) já abordávamos que o futuro do TWITTER estava atrelado ao do GOOGLE.
Motivo? ---> Modelo de negócios.
O GOOGLE domina a perfeição modelos matemáticos complexos que fazem as ofertas dos anunciantes chegarem aos consumidores com maior propensão para adquiri-las.
Uma simples análise de modelo de negócios traz sinergias para ambos, vejamos:

O Twitter precisa do GOOGLE :
1)Para desenvolver sistemas de C.R.M. que tragam o binômio melhor "oferta-cliente adequado". Desenvolvimentos próprios são muito caros e demorados;
2) Sua fórmula de receitas de vendas ainda não está consolidada. Desde 2006 o TWITTER busca fórmulas para trazer receitas perenes ao negócio;
3) Os tweets promocionais ainda não vingaram: Fizemos pesquisa e os usuários doTWITTER não tolerariam pagar pelo serviço, mas admitiam o uso moderado de propaganda na ferramenta .

O GOOGLE precisa do TWITTER:
1) O TWITTER é o IPOD das redes sociais, simples, prático e fácil de usar;
2) O TWITTER é um território que rouba tempo de navegação no GOOGLE;
3) E o mais importante: o TWITTER se transformou também em ferramenta de busca.

Agora temos a notícia que Evan Williams, co-fundador do Twitter, que a empresa pretende realizar uma captação de recursos.
Evidente. Sem modelo de negócios, não adianta ser sucesso de público. Alguém precisa pagar a conta.
Uma nota na revista INFO EXAME diz:
"Williams, palestrando na conferência Web 2.0, afirmou que os esforços iniciais da empresa para gerar receita publicitária superaram expectativas, mas ele evitou dar detalhes".

Ué? Qual razão do mistério? Porque não mostrar os números? As campanhas de sucesso dos anunciantes?

Quem estuda modelo de negócios sabe a respostas: As plataformas on line são um sucesso de audiência, mas não se mostraram viáveis no longo prazo para trazer receitas. Exceção a regra: GOOGLE.

O que não significa que o TWITTER não é viável. O que precisa ser feito é encontrar formas criativas de ter receitas (o que o GOOGLE já domina)

Meu prognóstico está no livro MÍDIAS e NEGÓCIOS: O TWITTER e O GOOGLE VÃO SE UNIR.

A conferir. (podem cobrar -> até 2014 essa fusão é inevitável)

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez -> http://que-midia-e-essa.blogspot.com/
ramirogon@uol.com.br
Autor: Mídias e Negócios

terça-feira, 16 de novembro de 2010

GOOGLE: SATISFAÇÃO NO TRABALHO OU SALÁRIO?

Colocado do jeito que está a frase título deste Post pode dar impressão que as opções são mutuamente excludentes. Não são. Já é senso comum que não há essa decisão maniqueísta. É possível ter ambos os vetores num ambiente de trabalho profissional.

Chama atenção, entretanto, a decisão do Google em aumentar significativamente os salários de seus funcionários (colaboradores no glossário Google).

O Google tem sido uma das empresas mais atraentes (e charmosas) para se trabalhar. Havia até um glamour rebelde em fazer parte da empresa. O tempo passa e as empresas se comportam como as famílias (todas são diferentes nas suas riquezas, mas todas são iguais nas suas pobrezas).

Ocorre que o GOOGLE tem perdido colaboradores de destaque. Um caso sintomático foi o de Omar Hamoui -criador do AdMob - que decidiu buscar "outros desafios". E não foi só ele. Lars Rasmussen que todos conhecessem como desenvolvedor do Google Maps também buscou "desafios novos".
Os eventos mostram que não existe milagre na administração de pessoas e nem o GOOGLE havia descoberto o NIRVANA EMPRESARIAL. Uma pena, pois os valores que o GOOGLE mostrou ao mundo eram excelentes (como por sinal os do Socialismo também eram... e deu no que deu...).
Quando uma empresa do porte e importância do GOOGLE dá um aumento linear de 10% em todas as funções da empresa, mostra que a famosa teoria da cenoura ainda funciona...

O GOOGLE também concedeu generosos aumentos de 30% a seus TOP executivos (SIM,como em qualquer empresa hierárquica do século 20, o "top management" é tratado de forma diferenciada).
Eles também terão um aumento em seus bônus, que saltarão de 150% dos salários para 250% (fonte: IDGNOW).
As ações tomadas pelo GOOGLE colocam em cheque o discurso de que o ambiente de trabalho viria a frente da remuneração?
Fico na dúvida se a imagem do GOOGLE como uma empresa em REDE, com gestão do século 21, fica prejudicada.
Seria preciso utilizar técnicas de incentivo como essas? Havia outra alternativa?
Com a palavra nossos Gurus que analisam as gerações "Y", "Z" e "ctrl - z".

Prof Ramiro Gonçalez - FIA

Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez -> http://que-midia-e-essa.blogspot.com/
ramirogon@uol.com.br
Autor: Mídias e Negócios